A prefeitura do Rio de Janeiro baixou um decreto na última sexta-feira, dia 11, autorizando a reabertura das salas de cinema, teatro e anfiteatro na cidade, depois de muita pressão dos empresários ligados a estes setores pela retomada das atividades em plena pandemia.
As condições de reabertura colocadas no decreto do prefeito, porém, desagradaram os empresários do setor que através do seu sindicato decidiram não abrir as portas dos cinemas para fazer pressão pela volta à normalidade. O sindicato dos empresários alega que a proibição da comercialização de alimentos tradicionais das salas de cinema como a pipoca e os refrigerantes inviabiliza a atividade do setor.
Além de proibir a comercialização de pipoca e refrigerantes, o decreto da prefeitura ainda estabelece que as salas só podem funcionar com 50% da capacidade e com poltronas marcadas para evitar a aglomeração.
A autorização para a abertura das salas de cinema é parte de um processo mais amplo de retomada das atividades econômicas em plena vigência da pandemia da Covid-19 e o exemplo da postura do sindicato dos empresários de salas de cinema serve para lançar luz sobre o que está por trás da política de abertura e para se perceber quais os interesses que governam a cidade.
A sede do capital é sem cura! Em plena pandemia os capitalistas fazem pressão pela reabertura da economia, não aceitam fazer sacrifícios em nome do enfrentamento à grave crise de saúde pública que o país enfrenta. O capital quer 100% dos seus lucros e isso é o que verdadeiramente importa para ele. Pouco significam, para os capitalistas, as mais de 130 mil vidas que já se perderam no país para a Covid-19. O que importa é a manutenção e, sempre que possível, o crescimento das taxas de lucro. Assim, por trás da tentativa de abertura das salas de cinema, de teatro e anfiteatro no Rio de Janeiro estão os interesses dos capitalistas. Quem é mesmo que governa a cidade?
Karl Marx e Friedrick Engels afirmaram no Manifesto do Partido Comunista de 1848, que o Estado Burguês é apenas o “comitê gestor dons negócios da burguesia”. O exemplo da chantagem dos empresários de salas de cinema no Rio de Janeiro nos leva a crer que os dois comunistas tinham realmente razão em fazer tal afirmação. Observemos agora os próximos passos da prefeitura para ver até onde vão os interesses do capital.