Na última sexta-feira, fez 80 anos do assassinato de Leon Trótski e a Causa Operária TV teve uma programação especial em homenagem ao líder político ucraniano. Alguns programas foram dedicados ao tema. Abaixo, dois discursos do líder bolchevique mostram um pouco do teor da sua política revolucionária em momentos distintos: em 1919, dois anos após a grande revolução russa e em 1937, já no exílio no México correndo risco constante de ser assassinado por agentes stalinistas.
O programa sobre cinema da CoTV, o Cine CLub Luis Buñuel, promoveu uma análise dos pouquíssimos filmes que foram lançados pela indústria até hoje. O programa analisou a falta de iniciativa e disposição dos produtores de conteúdo cinematográfico em contar as inúmeras histórias da vida emocionante de uma das figuras mais influentes da política no século XX. Como exemplo de possíveis histórias que poderiam ser muito bem aproveitadas em filmes, estão as duas fugas do exílio na Sibéria, os escritos antológicos feitos da prisão, a participação na revolução de 1905, as greves operárias, a luta na guerra civil para a construção do exército vermelho, entre outras. Porém, o fato que mais é contado nos filmes é o seus assassinato.
O filme “O assassinato de Trótski”, com Alan Delon e Richard Burton, talvez um dos mais conhecidos, não se propõe a discutir as questões políticas que levaram ao fato do título do filme. Mostra de forma individual os episódios, analisando o assassino Ramón Mercader e as contradições internas do indivíduo responsável pelo golpe fatal no líder político.
Outro filme analisado foi “O Elegido”, voltado a contar a história do assassino Ramón Mercader. Também “A confissão”, do diretor grego Costa Gavras aborda o tema dos processos stalinistas, as falsas acusações, as confissões fabricadas e todo o processo de tortura envolvendo os acusados. Um documentário chamado “Trotsky e o México” também mostra os momentos de exílio e as condições do único país que se dispôs a abrigá-lo.
Do lado dos filmes que abordam a história de Trótski de maneira muito negativa, temos o filme “Doutor Jivago” que não mostra exatamente Trótski, porém uma personagem com todas as características dele e que tenta mostrá-lo durante a revolução de uma maneira muito contrarrevolucionária e sombria, até mesmo macabra. Também um filme russo de 1993, pouquíssimo conhecido, de nome “Trotsky” cuja sinopse diz: “O fimle tenta mostrar como as pessoas influenciadas pela ideia do comunismo se transformaram em assassinos impiedosos”. Neste filme russo pós União Soviética, o diretor faz uma analogia do assassinato de Trótski com a imagem de uma cobra sendo morta.
Como não podia deixar de ser discutida, a série da Netflix chamada “Trotsky” lançada em 2017 e produzida pelo principal canal estatal russo, tem como personagem central o líder revolucionário. A série ficou bastante conhecida e teve muita repercussão dado o alcance grande da plataforma Netflix.
Abaixo o link para o programa Cine Clube Luis Buñuel:
Outros dois programas especiais estão nos vídeos abaixo: Histórias da Repressão e o Resumo do Dia também foram dedicados ao tema.