Além da total falta de assistência para o combate ao novo coronavírus, moradores em situação de rua em São Paulo sofrem com a queda de temperatura que já resultou em mortes.
Segundo informações do Movimento da População de Rua de São Paulo, já ocorreu a morte de cinco pessoas nos últimos dois dias, já a Prefeitura afirma ter o registro apenas de dois óbitos – como se um número menor fosse atenuar a negligência dessa gestão.
Em entrevista para o Brasil de Fato, o integrante do Movimento, Robson Mendonça, informa que entre as vítimas fatais tinha um deficiente físico, totalizando quatro que teriam sido encontrados na zona central, enquanto outro morador teria sido localizado morto na região do Tietê, na zona norte. Robson também denuncia que a rede de assistência da administração pública é insuficiente e faz um convite especial aos gestores públicos de São Paulo:
“Eles falam de 20 mil vagas ociosas na rede e culpam a população de rua de não querer ir. Se a Prefeitura diz que tem vaga e é bom pra morador de rua, por que a secretária [Assistência Social] e o prefeito não vão dormir uma noite lá? No meio da muquirana, da pulga, do carrapato, no meio da sujeira. A roupa de cama é trocada de quinze em quinze dias.”
Além disso, movimentos denunciam subnotificação em censo sobre população de rua de SP.
O Padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, também critica a Prefeitura de São Paulo. Ele relembra que, em meio à pandemia, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recomendou ao prefeito da capital que acolhesse os sem-teto em espaços e imóveis vagos da rede hoteleira da cidade, assim como em prédios públicos municipais ociosos. O despacho assinado em maio previa urgência na criação de, no mínimo, 8 mil vagas para acolhimento.
“A resposta é muito lenta. Estava agora na Casa de Oração com moradores de rua e encontrei vários que dormiram na rua essa noite”, afirma Lancelotti.
O último sábado foi de um rigoroso frio e a temperatura não passou dos 15ºC e a previsão do tempo para os próximos dias até o último final de mês de agosto será de temperaturas baixas e chuva.
A verdade é que a cidade que conta mais de 24 mil pessoas em situação de rua – segundo o último censo de realizado pela gestão Covas – não tem sequer uma medida de assistência decente para pessoas que se encontram nessa situação e tudo isso é o fruto dessa política direitista do “salve-se quem puder” do PSDB.
A forma como os moradores de rua são tratados, é um bom exemplo de como todo o povo de São Paulo é tratado, com as mortes por Covid-19 e explodem as contaminações pelo vírus.
Não existe política pública de assistência para as pessoas, até porque, através das decisões adotadas pelo poder executivo – Covas e Doria – “soa” como se o povo fosse representantes de outra espécie, que não a humana.
Na prática, as decisões desses capachos da burguesia são um verdadeiro plano de extermínio do povo pobre e trabalhador de São Paulo e é por essa razão que existe a urgente necessidade de que o povo se una, para a derrubada desse governo e a derrubada de todo tipo de política que represente essa burguesia parasita que infecta a nossa sociedade.