O governo Bruno Covas (PSDB) tem feito manipulações nos registros dos dados relativos às contaminações e mortes pelo COVID-19 na cidade de São Paulo. A ideia é mudar a metodologia de compilação dos dados, de forma a dificultar o acompanhamento das mortes diárias pelos profissionais da área da saúde e pela população.
A maneira como se registra os dados é de fundamental importância, pois determina a interpretação dos resultados e as considerações políticas. O governo “científico” de Bruno Covas busca esconder o número de mortos da população e, com isso, ocultar o fato que a pandemia tem avançado na capital paulista. O prefeito tem autorizado a abertura de diversos setores da economia, o que expõe e os trabalhadores ao contágio e à morte.
A manipulação dos dados é feita para justificar a abertura comercial. É muito difícil, senão impossível, justificar a retomada das atividades se a população estiver plenamente informada do desenvolvimento real da pandemia. Há meses atrás, Jair Bolsonaro tentou fazer a mesma coisa no Ministério da Saúde, porém recuou. Sem alarde, nas sombras, o prefeito coxinha leva adiante a proposta de Bolsonaro.
A mudança na metodologia consiste na divulgação dos dados dos óbitos pela data em que ocorreram e não mais pelo dia da notificação da morte no sistema. Isso impossibilita saber quantas pessoas morreram nas últimas 24 horas. Pela nova metodologia, os boletins sobre as vítimas têm apresentado alterações retroativas no número de óbitos, uma vez que estes são redistribuídos. Em um mesmo dia, no caso 15 de julho, os dados dos mudaram três vezes.
Os dados são manipulados com finalidades políticas. A ideia é passar para a população a falsa impressão de que a pandemia está em declínio, que o pior já passou, o que justificaria a reabertura das atividades econômicas dentro do programado pelo Plano São Paulo do governo estadual. Isso tem também por objetivo justificar os planos de retomada das aulas.
Dória e Covas aplicam a mesma política criminosa de Jair Bolsonaro que, por sua vez, segue o exemplo de Donald Trump nos Estados Unidos. Como representantes políticos da burguesia, eles agem para defender seus interesses econômicos, que são a manutenção dos seus negócios e dos lucros. A saúde e as condições de vida da população não entram nessa conta. Tampouco se verifica qualquer preocupação com as vidas perdidas, que já ultrapassam a marca de 80 mil. É mais vantajoso manipular os dados do que investir na saúde pública para salvar a população, algo que a burguesia não está disposta a fazer.