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Educação

“Científico”, Doria quer impor genocídio com a volta às aulas

Em coletiva da imprensa, o governador João Doria (PSDB) anunciou o retorno das aulas em caráter presencial em São Paulo para quarta-feira (14), em pleno pico da pandemia.

O governador João Doria (PSDB) anunciou a retomada das aulas presenciais para quarta-feira (14). Em relação à pandemia, São Paulo retroagirá para a fase vermelha do Plano São Paulo a partir da segunda-feira (12).

As escolas devem ter lotação máxima de 35% da capacidade e, segundo o governador tucano, o comparecimento não é obrigatório. Como justificativa, são utilizados os argumentos de que a escola deve estar aberta para receber alunos com defasagem de aprendizado, problemas familiares e mentais, necessidade de alimentação escolar, dificuldade de acesso à tecnologia e cujos pais trabalhem em serviços considerados “essenciais”.

As escolas públicas e particulares estão liberadas para reabrir. Entretanto, o toque de recolher das 20h às 5h permanece em vigor.

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, é um defensor da reabertura das escolas a todo custo. Para embasar sua posição, Soares citou um estudo da Universidade de Zurich e do Banco Interamericano de Desenvolvimento que afirma que a reabertura das escolas em São Paulo não terá impacto na expansão do coronavírus.

O estado de São Paulo, governado há trinta anos pelo PSDB, bateu recorde no número de mortes em um só dia, com 1389 óbitos registrados oficialmente em 24 horas. Desde o início da pandemia, São Paulo se destaca como o epicentro nacional da doença e tem 80.742 mortes e  2,6 milhões de casos confirmados. A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é alarmante tanto na capital, quanto na Grande São Paulo e no interior.

Doria busca se apresentar como um político “científico”, “anti-negacionista”, “contra o autoritarismo”, porém implementa o mesmo tipo de política genocida do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido). A políticas dos dois pode ser resumida na seguinte frase: “deixar morrer quem tiver que morrer”.

A retomada das aulas no período mais crítico da pandemia expõe o verdadeiro caráter da política de Doria. Nas últimas semanas, ele se valeu da máxima “fique em casa” e aprovou um toque de recolher inconstitucional com o pretexto cínico de impedir aglomerações. Quanto às manifestações políticas, o tucano quer uma mão dura contra os movimentos com o mesmo pretexto, ou seja, evitar aglomerações.

Contudo, a reabertura das escolas coloca em trânsito nas ruas e aglomera nas unidades escolares milhões de jovens. É a situação mais propícia para a expansão do COVID-19. A primeira reabertura das escolas, levada a cabo por Doria em fevereiro, resultou em quase 2 mil infecções, a morte de 80 professores (dados da Apeoesp, porém não se sabe ao certo, pois o governo esconde os dados) e dois alunos do ensino fundamental II. Houve denunciam de que a burocracia da educação, camada parasitária estreitamente vinculada aos governos do PSDB, realizaram uma série de manobras para impedir a contagem, compilação e divulgação dos dados.

Os professores da rede estadual e municipal de São Paulo deflagraram uma greve sanitária em defesa da vida, que durou o mês de fevereiro e foi suspensa com o fechamento total das escolas determinado pelo governador tucano. Uma das reivindicações principais do movimento era a vacinação massiva para professores, funcionários, crianças e adolescentes e pais e mães de alunos, de forma a garantir que nenhuma vida seja sacrificada. Os sindicatos Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo  (Apeoesp) e Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Simpeem) tiveram papel fundamental na deflagração do movimento grevista, o que comprova a importância dos sindicatos na defesa dos trabalhadores nos tempos atuais.

Os grandes capitalistas, em particular os bancos, exigem a retomada das aulas o mais rápido possível. Diversos setores econômicos têm interesses nas escolas e nos estudantes. O que está em questão é a manutenção de negócios.

Para enganar a população e fazê-la aceitar a reabertura das escolas, os políticos burgueses inimigos do povo adotaram um discurso de tipo humanista, como se fosse fundamental a reabertura para amparar as crianças e adolescentes. O fechamento, dizem eles, é responsável pelo aprofundamento das desigualdades sociais. A escola pública sucateada e destruída por décadas de políticas educacionais neoliberais, sob supervisão do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, adquiriu uma importância, ao menos em discurso, que jamais teve em qualquer momento da história do País.

Estes mesmo que gritam – por interesse e conveniência – pela importância das escolas são os responsáveis pela destruição da escola pública e sua transformação em uma sucata institucional. Os tucanos pagam salários de fome para professores e funcionários, submetem os alunos às piores condições possíveis que inviabilizam o aprendizado. Em tempos de relativa normalidade, faltam materiais básicos nas escolas, inclusive pedagógicos e de higiene. A infraestrutura das unidades escolares são precárias e defasadas. A superlotação das salas de aula faz com que as escolas pareçam com campos de concentração. Os dados sobre o analfabetismo, semianalfabetismo e analfabetismo funcional são manipulados pelos tucanos, a fim de esconder a realidade da verdadeira situação.

Os “científicos” são tão genocidas quanto os abertamente negacionistas. Ambos estão preocupados, ao fim, em atender aos interesses dos capitalistas, não importa quantos professores, alunos, funcionários e familiares possam morrer. O mote é “deixar morrer quem tiver que morrer”.

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