Cicinho, em entrevista ao programa ‘Aqui com Benja’, que faz parte do péssimo jornalismo esportivo a serviço dos capitalistas no futebol no Brasil, respondeu de maneira firme quando perguntado se técnicos estrangeiros são muito melhores que os brasileiros: – Não!
Logo depois o ex-jogador fortaleceu sua defesa aos técnicos e à filosofia do futebol brasileiro lembrando que somos o futebol pentacampeão do mundo. Acrescentou ainda que o futebol brasileiro vem sofrendo de uma decadência, ou seja, seca de títulos mundiais, porque há uma campanha contra os técnicos brasileiros, que busca colocar os estrangeiros na frente.
Nos últimos anos esse tipo de imprensa, que faz um verdadeiro desserviço ao futebol nacional, vem fortalecendo ideias de técnicos estrangeiros no comando da nossa seleção, a melhor do mundo. Há quem diga que nomes como o de Pep Guardiola ventilaram forte nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol(CBF), e até que ele teria interesse. Pois bem, há sempre uma campanha dos capitalistas para tirar a originalidade do melhor e mais alegre futebol que há.
Até os dias de hoje, a única experiência de um técnico estrangeiro na seleção foi a de Ramón Platero, o uruguaio comandou a seleção nas Copas América de 1923 e 1925. Entretanto, o futebol brasileiro aprendeu bem com isso. Ramón conseguiu, apenas, em 1925, um vice, e de lá para cá não houveram mais técnicos estrangeiros. E que fique destacado, Ramón Platero é sul-americano.
É fato que essa discussão absurda só surgiu porque Jorge Jesus usou um Flamengo milionário para se promover para as bandas que o querem, na Europa, mas, sinceramente, os europeus que nos devem respeito, sobretudo os portugueses.
É válido lembrar que a melhor colocação em copas do mundo até hoje na história da seleção de Portugal foi conseguida quando Felipão, técnico pentacampeão brasileiro, assumiu para eles. Dessa forma, é possível notar como esse tipo de campanha fajuta para promover futebol europeu e diminuir o brasileiro é uma barca furada, ainda mais iniciada por Jorge Jesus, um profissional de mediocridade notável.
Cicinho acerta quando diz que é natural que os técnicos brasileiros estudem, e que esse estudo pode beber de grandes mentes como Guardiola ou Klopp. No entanto, acerta mais ainda quando defende que a solução é assumir completamente o estilo nacional, e confiar em nossos técnicos porque, afinal de contas, quem é mesmo o futebol pentacampeão do mundo? Quem é mesmo que tem que ensinar a quem? Não é preciso pensar muito.