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Capitalismo em Crise

China tem pior contração dos últimos 30 anos

China enfrenta uma crise maior que o vírus

Com informações da Agência France Press, o jornal O Globo publicou nesta segunda-feira (16/3) a notícia de que a China está experimentando sua maior crise desde 1990. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (BNS), nos dois primeiros meses do ano a queda na produção industrial anualizada foi “de 13,5%, contra uma alta de 6,9% em dezembro. Já as vendas no varejo recuaram 20,5%.”

Por causa do ano novo lunar, que cai em das diferentes, a China tem por costume agrupar os dados econômicos dos dois primeiros meses do ano. “As férias do Ano Novo lunar, que aconteceu em 25 de janeiro, foram prolongadas até 10 de fevereiro na maior parte do país em uma tentativa de frear a epidemia.” O retorno às atividades foi irregular no país, sendo que na província de Hubei, epicentro da pandemia, 56 milhões de pessoas continuam em quarentena.

Na semana passada (12/3), Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, informou que o pico da epidemia já passou para a China”. O que significa que parte das atividades retomará seu ritmo, dependendo da logística das cadeias produtivas e do estado em que se encontrarão as economias que importam produtos da China. A retomada do comércio interno não gera demanda para todos os ramos industriais. A economia, mesmo a chinesa, com seu planejamento, não retoma seu ritmo de forma coordenada. “As exportações chinesas, motor da economia do país, desabaram 17,2% em ritmo anual nos dois primeiros meses do ano.” É uma retração significativa. Mesmo assim, o desemprego, uma das principais preocupações governamentais, durante esse último mês cresceu um ponto, passando a 6,2%. A média em 2019 foi de 3,8%.

A China é a segunda potência econômica mundial. Em vários indicadores econômicos é a primeira. Segundo Marcos Cintra e Eduardo Costa Pinto, economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, “após décadas de vertiginoso crescimento e desenvolvimento econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) da China, em termo de paridade do poder de compra, alcançou US$ 18 trilhões (US$ 10,4 trilhões a preços correntes) em 2014, superando o dos Estados Unidos, de US$ 17,4 trilhões (em termo de paridade do poder de compra e a preços correntes), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Naturalmente, como a população chinesa é mais de quatro vezes maior, seu PIB per capita atingiu US$ 13,2 mil em termo de paridade do poder de compra (US$ 7,6 mil a preços correntes), menos de um quarto do registrado pelos Estados Unidos (US$ 54,6 mil)” (Rev. Econ. Polit. vol.37 no.2 São Paulo abr./jun. 2017).

Essa significativa queda na produção chinesa reflete o estado da economia mundial e, por sua vez, vai refletir nas condições da economia de todos os países. Quem avaliar que a quebra da produção chinesa pode melhorar a produção de algum outro país, certamente estará errando, já que há forte integração entre as principais economias capitalistas. A China produz uma parte grande de matérias utilizadas em outros países (como na indústria automobilística), parte da produção chinesa é na verdade feita por ou para indústrias americanas ou europeias (como na indústria eletrônica). Isso sem falar nos países em desenvolvimento, como o Brasil, que exportam matérias primas para a China. Esses já estão sentindo uma brutal queda nas suas exportações (especialmente de minérios e combustíveis).

Desde os últimos dois anos a China vem apresentando um ritmo de crescimento cada vez menor. Saindo de 6,8% para 6%. Um ponto de inflexão, segundo alguns analistas. Entre 1978 e 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu de US$ 150 bilhões para US$ 12,2 trilhões. Um crescimento só comparável ao que o Brasil demonstrou nos séculos XIX e XX. Mas com resultados sociais sem comparação no resto do mundo. Entre 1978 e 2018, a China tirou 740 milhões de pessoas da pobreza, de acordo com estatísticas oficiais. Segundo a BBC de Londres, “em 2018, os jovens chineses têm mais chances de serem proprietários de um imóvel residencial do que os jovens americanos” (BBC News, 20/12/2018)

A desaceleração chinesa guarda proximidade com os indicadores de todos os países capitalistas desenvolvidos, apontando desde 2017 para a proximidade de uma crise sem precedentes na Europa e América do Norte. Parte dessa crise estava sendo adiada por conta do próprio crescimento chinês, que sustentava a economia norte americana comprando títulos da dívida e de ações e evitando um desmoronamento do sistema financeiro. No início de 2019, a China possuia US$ 1,13 trilhão em títulos do Tesouro dos EUA. Isso é uma fração do total de US$ 22 trilhões em dívidas pendentes nos EUA, mas 17,7% dos diversos títulos mantidos por governos estrangeiros, segundo dados do Tesouro e da Associação dos Setores de Seguros e Mercados Financeiros” (Sputnik, 15/5/2019).

Apesar do coronavírus 19 não ser a causa da crise capitalista, o comportamento da pandemia está ditando a forma em que a crise do sistema capitalista está tomando, assim como as respostas que cada país está dando. Mas os analistas internacionais já sabem que as vítimas serão os trabalhadores e as pessoas pobres. As desigualdades irão aumentar e o desemprego também. Quanto mais adepto de medidas neoliberais um país for, mas o impacto negativo sobre os trabalhadores será maior.

Na China o governo está criando facilidades creditícias para minimizar os impactos sobre os trabalhadores e as médias empresas. A mesma política não irá surtir efeito nos Estados Unidos que tem agora sua maior população abaixo da linha da pobreza da história.

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