Entre os dias 21 de junho e 15 de julho, acontece a quadragésima sétima sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, Suíça. Na ocasião, Jiang Duan, Ministro da Missão Chinesa na ONU, convocou uma investigação geral dos extermínios realizados pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais ao longo da história. Além de citar diversos exemplos há muito conhecidos, Jiang argumenta que tal apuração garantiria que o Ocidente não permanecesse impune frente às atrocidades que cometeu contra a humanidade.
Na atual etapa da luta política da classe operária, a China é alvo de constantes ataques por parte do imperialismo, principalmente do imperialismo norte-americano. Acima de tudo, estas investidas visam garantir que a economia chinesa não se desenvolva, algo que representaria grave ameaça ao monopólio mantido pelos países imperialistas. Nesse sentido, utilizam como pretexto supostas violações dos direitos humanos dos cidadãos chineses – algo historicamente falsificado – para aplicar sanções econômicas unilaterais e impor um bloqueio generalizado à nação chinesa.
O discurso do ministro chinês evidencia a hipocrisia imperialista ao colocar a China como principal vilão autoritário e genocida de todo o mundo, uma vez que este posto já está ocupado pelo próprio imperialismo. Afinal de contas, é sabido que, durante o século XIX, marcado pela violenta neocolonização de países, em sua maioria, pertencentes ao continente africano, centenas de milhares de pessoas foram assassinadas brutalmente pelas nações dominantes do Ocidente.
Aqui, vale citarmos o genocídio congolês, marcado permanentemente pela estimativa de mais de 10 milhões de pessoas mortas pela administração belga no País (Isidore Ndaywel è Nziem); o extermínio de mais de 3.200 crianças indígenas por parte do Canadá; e o clássico exemplo do processo de colonização ocidental, o assassinato categórico e generalizado da população indígena autóctone nos Estados Unidos, mesmo 100 anos após a fundação do país.
Finalmente, fica claro que a investida imperialista contra a China não parte de uma preocupação real com os Direitos Humanos da população chinesa, mas sim da luta política contra o desenvolvimento de um Estado independente ao imperialismo. Caso contrário, os crimes aqui citados, encabeçados pelo Ocidente imperialista, teriam ampla denúncia por parte das organizações internacionais como a própria ONU. Entretanto, este não é o caso.
Todo e qualquer tipo de ataque contra a China deve ser analisado sob essa perspectiva. Caso contrário, cairemos na propaganda imperialista contra o governo chinês, algo que é, há muito, refutado pelo próprio País, como também pela imprensa independente operária ao redor de todo o mundo.