O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, declarou, nesta sexta-feira (8), que a política levada pelo imperialismo norte-americano sobre a Venezuela de sanções econômicas é desastrosa. Nas suas palavras, a História teria dado lições claras para não “seguir o mesmo caminho desastroso” e que a intervenção imperialista na Venezuela levaria “a lei da selva” ao país.
Wang Yi ainda reforçou o tom para a necessidade do respeito à soberania do Estado venezuelano pelas outras nações:
Os assuntos internos de todos os países devem ser decididos por seu próprio povo. Interferências externas e sanções só vão agravar a situação de tensão e permitir que a lei da selva volte a vigorar incontrolavelmente. Já há bastante dessas lições na história, e o mesmo caminho desastroso não deve ser seguido. Repetimos uma posição muito clara em relação à Venezuela, que a soberania e a independência dos países devem ser respeitadas, disse na coletiva de imprensa da sessão anual do Congresso Nacional do Povo.
A crítica da China sobre a ação imperialista dos Estados Unidos da América na Venezuela desmascara o sentido torpe da tentativa de invasão imperialista na Venezuela sob a desculpa de “ajuda humanitária” no final de fevereiro. O que Wang Yi apontou foram as intervenções imperialistas que a História registrou e que destruíram a população dos países nos quais foram invadidos, a exemplo, invasão ao Iraque, Kuwait, Afeganistão, Paquistão e atualmente está sendo travada uma guerra na Síria.
Isso ocorre porque A retração econômica dos países imperialistas levam-nos a tomarem o controle das economias por meio de intervenções militares e políticas, o que, para o lado do imperialismo, é demasiadamente custoso, veja-se o exemplo das derrotas das suas expedições militares no Iraque, no Afeganistão e na Síria.
No final de fevereiro o falso pretexto de “ajuda humanitária”, de que o exército venezuelano estava se desintegrando para o lado do imperialismo e de que o povo não apoiava o governo de Nicolás Maduro eram todas mentiras do imperialismo, o que foi comprovado pelo fracasso da intervenção. Isso também demonstra uma crise na política imperialista de dominação, haja vista que a Venezuela já resistiu a várias tentativas de golpes de Estado e que o chavismo, enquanto política nacionalista das forças armadas, é produto de uma tentativa fracassada de golpe em 2002.
Desta vez, o que ocorre é que o imperialismo impôs embargos econômicos sobre a Venezuela e, pela queda do preço do barril de petróleo, o país passa por uma crise econômica. Tudo isso faz parte de um esquema para justificar a invasão “humanitária” e colocar o autoproclamado presidente, portanto ilegítimo, Juan Guaidó no governo e assim mais um capacho para Washington comandar e mandar aplicar a política neoliberal de miséria à população. Mesmo assim, encontra dificuldades de derrubar o governo de Nicolás Maduro, um governo que é nacionalista, mantendo a propriedade privada nas mãos da burguesia e, ainda assim, a população e o exército venezuelano, por conta das tentativas de golpe de Estado, pelo acirramento da luta de classes, posicionam-se claramente contra o imperialismo. A resistência desse governo é sem dúvida mais um sinal de fraqueza do imperialismo na sua política de dominação.