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Mobilização é o que resolve

Chilenos sublevados mostram o caminho

Chilenos sublevados mostram o que resolve: Mobilizações cancelam aumentos da tarifa do metrô, da conta de luz; Reduz a jornada de trabalho; reajusta as aposentadorias.

por Nivaldo Orlandi

 

O que não foi conseguido em 30 anos, em pouco mais de 30 dias, as conquistas vieram aos borbotões:

– Cancelado o aumento da tarifa do metrô;

– Cancelado o aumento da conta de luz;

– 40 horas, a nova jornada semanal de trabalho;

– Reajuste de todas as aposentadorias;

E até o impensável, a redução pela metade dos gordos vencimentos dos deputados, senadores, ministros e do presidente do Chile.

As mobilizações nas ruas tornaram-se mais volumosas. O povo chileno sublevado queria mais.

Chilenos paralisavam na quarta-feira, três quilômetros da principal avenida da capital chilena, Santiago.

Acontecia a maior jornada de protestos.

Segundo relatos oficiais, aconteciam 68 concentrações em todo o país, reunindo 424.000 pessoas.

Dias depois, 1,5 milhão de chilenos iriam à ruas.

Embora o saque a um hotel central da capital, as mobilizações pareciam pacíficas, torcia o governo.

Na quinta-feira, sexto dia de estado de emergência, a capital Santiago continuava sob repressão militar. Ônibus votavam a circular, supermercados, de forma tímida começavam a abrir.

Pisando em ovos, o presidente Piñera tateava, “estamos trabalhando em um plano de normalização do país”.

Acenava retirar o exército das ruas, que reprimia as mobilizações deixando centenas de chilenos cegos dos olhos, por tiros em seus rostos.

Novo aceno insinuava, o de “suspender o estado de emergência”.

“Queremos acabar com os toques de recolher”.

 

Não foram os 30 centavos

 

Os 30 centavos do aumento das tarifas do metrô, foram o estopim da revolta.

Não foram os 30 centavos, foram os 30 anos de governos seguindo a política “neoliberal”, mesmo após a ditadura militar do Chile, e seu povo, sua gente à margem. Excluído.

Naquela quinta-feira, presidente suspendia a elevação das tarifas elétricas.

Na quarta-feira um incidente inédito no plenário da Câmara, enquanto a esquerda avaliava apresentar processo de impeachment contra o presidente, a base de sustentação parlamentar de Piñera aprovava lei que reduzia jornada semanal de trabalho de 45 para 40 horas.

Passados pouco mais de um mês, o Estadão, em 29/11/2019, atestava que após 40 dias de mobilizações, fúria de chilenos sublevados não arrefeciam. Pelo contrário, a revolta ganhava novo impulso.

A Câmara dos Deputados aprovava, dia 27, por unanimidade, uma lei que reduzia em 50% os rendimentos parlamentares, dos ministros, dos governadores, do presidente.

O projeto dormia nas gavetas do parlamento há seis anos.

O presidente Sebastián Piñera acossado, dera sinal verde para aprovar a lei. Era parte das medidas para acalmar o povo.

 

A fúria continuava

Os saques, os incêndios, os confrontos entre os furiosos chilenos e a polícia, continuavam.

Jovens ocupavam o shopping Parque Arauco, um dos maiores e mais frequentados de Santiago.

Incêndios, ataques a ônibus, estações do metrô, escritórios de um jornal e um hotel tradicional em La Serena, a rotina de um povo sublevado.

 

Fora Piñera

 

Piñera desolado, exigia do Congresso, aprovação de leis para mais repressão.

Ao mesmo tempo, presidente anunciava 2.500 novos policiais nas ruas para tentar calar o povo.

Repressão já deixara dezenas de mortos e aproximadamente 300 cegos de ao menos um olho.

A ordem era para – embora tiro de balas de borracha – mirar na cara dos rebelados.

 

Mais uma noite de fúria desolando o presidente

 

Piñera sonhava colocar em marcha um suposto plano de “reconstrução” do país.

Nada aplacava a revolta. Nem aumento de 50% no valor básico de todas as aposentadorias.

Omissos, ausentes, os partidos de esquerda foram chamados para salvar o presidente Sebastian Piñera.

Às pressas fecharam vergonhoso acordo para uma constituinte sob a coordenação do presidente Piñera, que o povo sublevado nas ruas, não mais o Piñera queria.

“Chegou a hora de dizer basta”, vociferava o “Bolsonaro chileno”.

Repressão de Piñera, já matara 23 chilenos, milhares presos, centenas de feridos.

Crescia a revolta

Após 40 dias de mobilização, fúria ganhava novo impulso.

Na cidade de La Serena, a cerca de 480 km de Santiago, homens encapuzados saqueavam e queimavam o tradicional hotel Costa Real.

Na cidade portuária de San Antonio, a sede do jornal El Mercúrio de Valparaíso, o mais antigo do pais, era incendiada.

Mais ao sul, em Concepción, uma grande manifestação no meio da greve de dois dias encapuzados enfrentavam a polícia.

Em Santiago, duas estações de metrô, de novo, fechadas.

Estações de metrô, o primeiro alvo do início da revolta. Mais de 70 estações eram imobilizadas.

Os viciados em eleições, deveriam aprender com as lições vindas do povo sublevado na América Latina.

 

 

 

 

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