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Política insustentável

Chile: o fracasso inevitável do neoliberalismo

Povo chileno, assim como os demais povos do mundo, não aguenta tamanha exploração e se levanta - mais cedo ou mais tarde - em mobilizações de massa para derrubar esses regimes

As manifestações populares no Chile comprovam o tamanho do fracasso da política neoliberal. E também a inevitabilidade desse fracasso.

O Chile sempre foi considerado um modelo econômico pela direita latino-americana, uma completa subserviente ao imperialismo. Isso se deu graças ao golpe militar de 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo nacionalista de Salvador Allende e instaurou a ditadura fascista e sanguinária de Augusto Pinochet – golpe que foi promovido, dos pés à cabeça, pelo imperialismo norte-americano.

No poder, Pinochet foi pioneiro em implementar a política neoliberal. O imperialismo fez do Chile um laboratório onde testou a eficácia da terapia de choque, privatizando diversos setores estratégicos da economia, reduzindo até quase extinguir os direitos trabalhistas, acabando com a aposentadoria dos trabalhadores, dando cabo do ensino superior gratuito, dentre outras medidas nefastas contra a população.

A ditadura pinochetista foi tão cruel – não apenas no âmbito da repressão, mas também econômico – que, mesmo após o seu fim, em 1990, os governos que se seguiram não lograram reverter muitas de suas medidas, dominados pela covardia das burguesia nacionais, incluindo, a sua ala esquerda. Foram assim uma continuação, em vários pontos, do governo Pinochet, com uma política neoliberal mais branda, mais que mantinha aspectos centrais do regime anterior.

Mesmo Ricardo Lagos e Michelle Bachelet (ambos do Partido Socialista) não promoveram nenhuma grande mudança. Foram, na verdade, apesar de presidentes de esquerda, alguns dos mais conservadores da chamada “onda progressista” da América Latina, junto com José Mujica e Tabaré Vázquez, da Frente Ampla uruguaia. A medida mais “radical” do Partido Socialista foi recuperar parte da educação superior pública que havia sido privatizada, no final do mandato de Bachelet.

O governo de Sebastián Piñera foi uma imposição do imperialismo ao povo chileno, fraudando as eleições presidenciais de 2018 para que o admirador de Pinochet adote uma política ainda mais semelhante à da ditadura do general fascista.

Atualmente, a população chilena enfrenta flagelos como um aumento recente de 10% na conta de luz, aumento de 150% na compra ou locação de imóveis, salários baixíssimos comparados ao custo de vida, aumento das tarifas de transporte, uma desigualdade social elevadíssima (o 0,1% dos mais ricos detém quase um quinto de toda a riqueza nacional), além do fim da aposentadoria na prática e da educação universitária privatizada.

O que o imperialismo faz no Chile – e também em diversos outros países do mundo, em especial os atrasados, como Equador, Haiti, Honduras, Iraque etc. – é uma tentativa de retomar o choque neoliberal dos anos 1980 e 1990, devido à crise de 2008 que gerou perdas imensas de lucros da burguesia internacional. E ela precisa reaver esses lucros.

Para executar essa política, no entanto, o imperialismo preciso impor uma força ainda maior sobre os povos a serem dominados, instalando assim regimes de tendência fascistizante por meio de golpes de Estado, que possam reprimir violentamente a população como único meio de entregar as riquezas e recursos nacionais aos grandes monopólios.

Contudo, essa política se mostra novamente desastrosa. Assim como no final da década de 1990, hoje os povos da América Latina voltam a se rebelar contra tamanha exploração. Estão sendo esboçados novos Caracaços, novos Argentinaços, novas Guerras da Água ou do Gás contra os ataques neoliberais.

E não apenas na América Latina, mas também no mundo. O planeta inteiro começa a ser convulsionado. Na iminência de uma nova crise capitalista global, de maiores proporções, os povos do mundo iniciam um novo movimento para tentar se libertar do neoliberalismo, movimento esse que pode ter fortes tendências revolucionárias.

O cenário atual desmente por completo o mito da direita sobre a eficácia do programa neoliberal. Ele não tem condições de ser implementado a longo ou mesmo a médio prazo. O povo não admite e, dependendo da força da organização das classes populares, a indignação com as políticas neoliberais leva inclusive a quedas de regimes inteiros, como ocorreu na Venezuela e na Bolívia.

A classe operária precisa superar os limites da politica da esquerda burguesa e pequeno burguesa brasileira, latino-americana e mundial, o que significa  romper com a política desses setores de colaboração com o imperialismo e seus servos nos países pobres e estabelecer um programa que a distancie de uma vez por todas de alianças com setores da direita que têm as mesmas políticas que os governos neoliberais no poder. É preciso se distinguir claramente, e não acreditar naqueles que tentam vender ao povo ilusões eleitorais reformistas, ao mesmo tempo que vendem à burguesia a promessa de serem melhores administradores que os governantes atuais, sem no entanto mudar a essência de sua política neoliberal.

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