Pela primeira vez desde o fim da ditadura militar comandada pelo general fascista Augusto Pinochet, em 1990, a capital chilena, Santiago, amanheceu ontem (dia 20) patrulhada por soldados do Exército.
A medida ditatorial evidencia o desespero do governo Sebastián Piñera, diante da sua evidente incapacidade de conter a maior onda de protestos em décadas no País, mesmo depois do recuo do governo em relação ao aumento no preço das passagens de metrô em Santiago, que foram o estopim das manifestações, que se transformaram diretamente em manifestações contra o governo direitista e se espalharam por todo o País.
As manifestações, que começaram na segunda da semana passada, foram duramente reprimidas pelo governo, o que ocasionou três mortos, ônibus, carros e até um prédio de uma empresa privatizada foram incendiados, expressando a revolta popular contra o governo direitista, aliado do presidente ilegítimo de Jair Bolsonaro, e como ele súdito do imperialismo norte-americano.
Além da Capital, outras regiões do país, como Valparaíso (centro) e Concepción (sul), estão sob toque de recolher, após o governo ter decretado estado de emergência.
A situação no Chile reproduz, no país apontado pela direita como um”modelo”, a situação de revolta popular que explodiu no Equador, dias atrás, expressando a crescente revolta popular em todo o continente latino americano (e em outras regiões do planeta) contra a política do imperialismo, e dos seus capachos nos países pobres, de promover um violento retrocesso nas condições de vida da imensa maioria da população para satisfazer os interesses de um punhado de monopólios capitalistas diante da crise histórica do capitalismo.
Diante da reação dos trabalhadores e da juventude de todo o continente, a política da direita e do imperialismo é intensificar a repressão contra os trabalhadores e suas organizações de luta impondo regimes ditatoriais de repressão e cassação dos direitos democráticos de imensa maioria da população.
No Chile e em todo continente latino americano, está colocada a necessidade de avançar na organização e mobilização independente dos explorados para derrotar a ofensiva da direita, por abaixo os governos pró-imperialistas e avançar na luta pela conquista das reivindicações dos explorados diante da crise e por governos próprios dos explorados da cidade e do campo.
Em todas essas lutas é necessário superar a política de conciliação da esquerda burguesa e pequno burguesa, expressão da covardia política das burguesia nacionais desses países diante do imperialismo, o que coloca a luta pela expulsão do imperialismo e dos seus lacaios nas mãos da classe operária e das suas organizações.