Em meio à enorme crise política, presidente do Chile anuncia o cancelamento de duas cúpulas internacionais. O pronunciamento feito na quarta-feira (30), no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, onde o presidente Sebastián Piñera – vassalo do imperialismo, escancarou a condição de profusa debilidade em lidar com a mobilização popular que tem arrastado milhões de pessoas às ruas chilenas. Tanto a Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) como a COP25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019), foram canceladas.
“Nossa primeira preocupação e prioridade como governo é concentrar-nos, primeiro, em restaurar completamente a ordem pública, a segurança dos cidadãos e a paz social; segundo, promover com toda a força e urgência a nova agenda social necessária para responder às principais demandas de nossos cidadãos; e terceiro, promover um amplo e profundo processo de diálogo para ouvir nossos compatriotas”, afirmara Piñera.
“Nosso governo, com muita dor, porque isso é uma dor para o Chile, resolveu não realizar a cúpula da Apec nem a cúpula da COP. Sentimos e lamentamos profundamente os problemas e inconvenientes que esta decisão significará para ambas as cúpulas”, acrescentou Piñera.
A Apec, marcada para acontecer entre os dias 16 e 17 de novembro, por sua vez, reuniria presidentes de 21 países e selaria o livre comércio na região da Ásia-Pacífico – o que favoreceria países imperialistas –, como os EUA, por exemplo, uma vez que os principais produtos que importa são primários e matéria-prima, exportando, por conseguinte, produtos industrializados, mantendo os países menos desenvolvidos dependentes das economias mais desenvolvidas, como o próprio EUA. Já a COP25, estava marcada para ocorrer entre os dias 2 e 13 de dezembro.
No tocante à final da Copa Libertadores entre Flamengo e River Plate, de acordo com a ministra do Esporte do Chile, Cecilia Pérez, não haverá problemas para a realização, estando, portanto, confirmada para 23 de novembro, em Santiago, apesar dos protestos.
Após a fagulha que iniciara os protestos através do aumento da passagem de metrô, Piñera tem buscado evitar o confronto para não alimentar, sobremaneira, o barril de pólvora que resguarda um acúmulo de 30 anos de política neoliberal e intensos ataques contra o povo. A situação, porém, se desenvolve cada vez mais para o aprofundamento da crise, enquanto que a mobilização popular tem ganhado corpo dia após dia.