A lista de grandes jogadores, técnicos, personalidades que já se posicionaram contra o uso do VAR é extensa. Nesta semana, o ex goleiro artilheiro da seleção paraguaia de futebol, Chilavert abriu a boca e disparou contra Conmebol: “A Corrupbol está matando o futebol com o VAR”. As críticas do ex-goleiro José Luis Chilavert vieram após as polêmicas envolvendo o jogo do último dia 11 entre River Plate e Nacional, pela Libertadores da América. O paraguaio acusou a entidade de corrupção ao chamá-la de “Corrupbol”. “A Corrupbol continua matando o futebol sul-americano com o VAR. Os presidentes dos clubes sul-americanos devem se unir e exigir o fim da corrupção no futebol”, escreveu Chilavert nas redes sociais. Entre as polêmicas, o time argentino teve pênalti duvidoso marcado com auxílio da tecnologia. A cobrança acabou desperdiçada. Mais tarde, o River viu um gol ser corretamente anulado pelo árbitro de vídeo.
Como dissemos, além deste diário, Chilavert não é o único a pedir o fim do VAR, até mesmo o ex dirigente da UEFA, o ex craque francês Michel Platini há algumas semanas atrás criticou: “Sigo pensando que o VAR é uma má ideia. Não se ajusta ao futebol e temos que nos dar conta de que os erros fazem parte do jogo. Pode ter resolvido alguns problemas mas criou outros. Se vamos usar para definir o impedimento, eu aceito, mas o resto é função do árbitro. Se estivesse na UEFA, faria todo o possível para evitar a introdução do VAR. O futebol é para humanos, não necessita televisão”.
Desde que foi introduzido na Copa do Mundo de 2018, o VAR, do inglês Video Assistant Referee, ou simplesmente árbitro de vídeo, o que se viu no futebol foi o aumento da pressão e do controle dos dirigentes de federações sobre as partidas. Inicialmente a principal justificativa era a “ética” no futebol. A propaganda, principalmente da imprensa capitalista, avalizando os interesses mercadológicos no futebol, dizia que com o vídeo teríamos um futebol limpo, o fair play, como gostam de propagar os defensores do futebol moderno. Como já conhecemos muito bem, essa cruzada ética no futebol, essa cruzada contra a corrupção, levou a mais corrupção. Um paralelo importante é esse, assim como o golpe de Estado no Brasil que, em nome da luta contra a corrupção, resultou na entrega institucionalizada do País ao imperialismo, no futebol, em nome da ética e do fair play, está sendo levado ao controle absoluto dos grandes cartolas e capitalistas do esporte, por detrás das salas de ar condicionado do VAR.
Quando um fator externo ao jogo anula o principal motivo de existência do futebol como paixão, o gol, está decretada a morte do futebol. O futebol tem suas próprias regras, suas próprias leis. O que está escrito no regulamento de uma partida serve para balizar o árbitro de modo que a partida possa ser conduzida de acordo com certa normalidade.
Neste ano de 2020, com o advento terrível da pandemia, ampliada pelas políticas criminosas dos governos genocidas em várias partes do mundo, o futebol foi retomado, milhares de atletas, funcionários, jornalistas do esporte e outros já se contaminaram, mas o futebol em nome do lucro dos grandes interessados nisto, os capitalistas do esporte voltou, mas voltou de uma maneira impar que só favoreceu ainda mais a interesses escusos, ou seja, voltou com os estádios vazios o que só deu tranquilidade aos chamados árbitros da salinha, que não tem a pressão dos torcedores em volta destra nos estádios lotados, assim a utilização passou a ser desenfreada do VAR. Desse modo a ascensão do Árbitro Assistente de Vídeo foi facilitada pela falta de torcida nos jogos, que criou um ambiente artificial para o futebol profissional. Extinguiu o fator de pressão política das torcidas no bom andamento dos jogos.
O VAR é uma imposição dos capitalistas, que criaram um novo recurso para manipular os resultados dos jogos. Se as polêmicas já estão em alta agora, podemos esperar por muito mais turbulência nas rodadas finais do Brasileirão e a nível sul americano da libertadores da América onde Palmeiras, Santos e Grêmio despontam como candidatos ao título das Américas e como sabemos, há muito a Conmebol prejudica os times brasileiros e já o fez com o uso do VAR em várias ocasiões, tirando nossos representantes de maneira criminosa das competições sul americanas. As manipulações poderão interferir na definição do campeão, dos classificados para essas competições nacionais e continentais e dos rebaixados. Em defesa do futebol, precisamos combater essas distorções aberrantes como VAR e os jogos sem torcida.