O presidente fraudulento Jair Bolsonaro completa seu primeiro ano de governo ostentando a marca de mandatário mais impopular do País, sem qualquer comparação e paralelo com outro governante chefe de Estado, desde pelo menos a chamada “redemocratização”, ocorrida com o fim do ciclo dos governos militares, em meados da década de oitenta do século passado.
Embora imerso em contradições e sem ter saído das urnas legitimado, em números absolutos, pela maioria dos votos da população, o moribundo governo Bolsonaro ousou em sua ofensiva contra a maioria da população, levando adiante um conjunto de ações que atacaram duramente as condições de vida das camadas populares e dos explorados em geral, assim como vilipendiou duramente a soberania nacional, submetendo os interesses estratégicos nacionais ao grande capital e ao imperialismo.
No que diz respeito ao balanço que a esquerda nacional deveria fazer em relação ao primeiro ano do governo de extrema direita, chama a atenção o fato de não haver qualquer mínima avaliação séria e consequente por parte dos representantes da esquerda brasileira, a não ser a velha e já desgastada política de lamentações, onde muito se reclama das maldades do governo contra o povo, mas nada ou quase nada se faz ou fez para enfrentar de forma decidida e resoluta o governo fascistóide, apoiado pelos grandes capitalistas, a burguesia, a extrema direita e o imperialismo.
Durante todo o ano de 2019, a esquerda se limitou a realizar movimentos tímidos e sem qualquer eficácia no âmbito das instituições do Estado (parlamento, tribunais). O resultado, inevitável desta política não poderia ter sido mesmo outro a não ser derrotas e mais derrotas, que cumpriram o nefasto papel de desmoralizar a luta das massas populares; estas sim, se mostraram dispostas a lutar em vários momentos, não encontrando, todavia, um canal de expressão por parte do conjunto das direções da luta social de massas no Pais.
Neste sentido, o “balanço” da esquerda não dá conta de nada, não avalia o verdadeiro problema que marcou a inoperância política da esquerda, que foi exatamente a ausência de luta, a paralisia, a aposta na estratégia fracassada de lutar pela derrota pontual dos ataques bolsonaristas e não a organização da luta de conjunto pelo “Fora Bolsonaro”, pela derrota total do governo fascista, de extrema direita.
Para muito além das lamentações e da choradeira inútil, o que está mais do que colocado para este segundo ano de Bolsonaro é não perder um só minuto na decisão de levar adiante um amplo movimento nacional que agrupe todos os mais importantes setores, que necessariamente sairão em luta contra o governo dos banqueiros e do imperialismo.
É preciso ficar claro que as eleições municipais de outubro não serão capazes de oferecer qualquer mínima perspectiva para derrotar Bolsonaro e seus ataques contra a população. A única ferramenta eficaz de luta contra o governo de extrema direita, fascista, é a intervenção independente das massas no cenário político, na conjuntura, colocando na ordem do dia o fim do governo, o “Fora Bolsonaro”, a derrubada do governo pela mobilização popular.