No último dia 17 de janeiro, uma operação policial prendeu José Iran dos Santos Lucena, chefe de uma milicia armada do campo, com atuação na região sudeste do Pará, financiada pelos fazendeiros e latifundiários. Juntamente com José Iran, foram presos também seu filho, Matheus da Silva Lucena, e Hamilton Silva Ribeiro.
A prisão do chefe jagunço gerou uma onda de protesto entre os fazendeiros da região, o que comprova a atuação do grupo liderado por José Iran dos Santos contra os sem-terra. De acordo com denúncias do MST, a atuação da milícia era marcada pela extrema violência contra os trabalhadores do campo, além da utilização de um arsenal de armas de grosso calibre, incluindo até mesmo explosivos. Durante os ataques, os milicianos queimavam os acampamentos, espancavam os sem-terras e assassinavam as lideranças. Uma prática característica de um grupo fascista.
Apesar da prisão do chefe miliciano, é preciso ter claro que a população camponesa, os trabalhadores do campo, não podem ter nenhuma ilusão de que as instituições do estado irão dar conta de por um fim no verdadeiro massacre que ocorre no campo contra os sem-terra. Após a eleição fraudulenta de Bolsonaro, com o aprofundamento do golpe e o avanço da extrema direita, as instituições se colocam cada vez mais contra qualquer interesse do povo e a favor dos poderosos.
A única forma de colocar um basta na violência provocada pelos latifundiários e seus jagunços é por meio da organização dos próprios sem-terra. É necessário organizar comitês de auto-defesa em todos os acampamentos para resistir na prática às provocações da extrema-direita, dos latifundiários. É necessário mobilizar também os trabalhadores sem-terra contra o governo golpista de Bolsonaro, além de impulsionar a ocupação dos latifúndios em todo o país.