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Golpe de Estado

Chefe de auditoria na Bolívia denuncia parcialidade da OEA e renuncia

A denúncia mostra que a fraude eleitoral é a intervenção imperialista da OEA, o Ministério das Colônias dos EUA, que não aceitam um novo governo nacionalista de Evo Morales

Na última sexta-feira (1), o chefe da missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) na auditoria das eleições presidenciais da Bolívia, o mexicano Arturo Espinosa, renunciou após admitir que era um opositor de Evo Morales e que, portanto, sua posição na auditoria não teria qualquer imparcialidade.

He decidido retirarme de la auditoría para no comprometer su imparcialidad. Debí informar a OEA sobre manifestaciones públicas previas acerca de processo electoral em Bolívia.” (Arturo Espinosa em 2/11/2019 no twitter)

Além de Arturo Espinosa, a missão da OEA contém 29 membros e foi iniciada nesta quinta (31) para verificar os resultados das eleições de 20 de outubro, vencidas por Evo Morales no primeiro turno. Espinosa é um acadêmico mexicano, especialista em eleições e publicou na semana passada um artigo muito crítico a Morales. A dúvida que fica é: qual a orientação política dos demais integrantes dessa missão da OEA? Qual critério a OEA utiliza para escolher os integrantes? Destas 30 pessoas, quantas mais são opositoras a Evo Morales?

Todas estas questões, escancaradas pela denúncia de Espinosa, mostram que a fraude eleitoral se trata da intervenção imperialista da OEA, o Ministério das Colônias dos EUA, nas eleições bolivianas, que não aceitam o fato de Evo Morales ser novamente eleito pelo seu povo.

Outro aspecto que evidencia a tentativa de golpe de Estado no País é a imprensa golpista ter num primeiro momento apoiado a posição de Carlos Mesa (Comunidad Ciudadana) sobre o segundo turno e em seguida, após ver a derrota de Mesa frente a Evo Morales, ter passado a pedir a realização de novas eleições que não tenham a participação nem de Mesa, nem de Morales. Ou seja, o objetivo da burguesia imperialista é, mais do que colocar Mesa no poder, tirar Morales do poder.

Por fim, dois indicadores que desmascaram por completo o que está em jogo na Bolívia são: quem é Carlos Mesa e quem são seus principais apoiadores.

Entre 80 e 90, Mesa tornou-se uma figura pública e até fundou um canal de televisão privado com uma equipe de jornalistas. A linha editorial do jornal: o alinhamento com as medidas neoliberais da época, como a privatização das empresas bolivianas. Mesa ingressou no projeto político do empresário de mineração e chefe do partido mais poderoso da Bolívia na época, Gonzalo Sánchez de Lozada. Hoje Mesa tem um canal de TV ganhar prêmios nacionais e internacionais, manobra do imperialismo para alçá-lo candidato. Carlos Mesa foi eleito vice-presidente em 2002 do governo Lozada, capacho do imperialismo. Lozada enfrentou gigantescas manifestações, utilizou o exército para assassinar manifestantes e foi derrubado pelos mineiros, que invadiram o palácio do governo com dinamites. Mesa assumiu a presidência em 2003, foi também derrubado pela pressão do movimento operário e popular e ficou conhecido na Bolívia como o último presidente neoliberal da história do País.

Nas eleições deste ano Mesa retorna apoiado pelo imperialismo para tentar acabar com a continuidade do governo nacionalista de Morales. Entre os principais apoios do direitista estão:

O empresário de centro-direita Samuel Doria Medina, o ex-presidente de direita Jorge Quiroga – um incansável promotor de uma campanha internacional contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro – o colombiano Andrés Pastrana, ex-presidente da Colômbia e integrante do Partido Conservador, Oscar Ortiz, empresário e 3º colocada nas eleições bolivianas.

Este episódio da Bolívia mostra que a onda de golpes de Estado na América latina está longe de terminar e que para enfrentá-la é preciso mobilizar o povo nas ruas contra a intervenção imperialista e as diversas tentativas de golpes, seja por dentro ou por fora das instituições da democracia burguesa.

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