O secretário-geral da Organização Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, afirmou na segunda-feira (15) que a aliança militar considera diferentes cenários de relações políticas e militares com a Rússia.
De acordo com Stoltenber, há duas possibilidades na mesa: cooperação ou conflito militar. Além dos mais, o chefe da aliança militar, encabeçada pelos Estados Unidos, disse que é preciso ter relações com Moscou para evitar uma escalada armamentista. Não obstante, em seu ponto de vista, o diálogo com os russos deve partir de um posicionamento firme.
Igor Korotchenko, especialista militar russo, comentou ao portal Sputnik news que a Rússia tem boa vontade para colaborar com a OTAN, porém é forçada a tomar medidas para assegurar sua defesa nacional.
A OTAN realiza treinamentos e exercícios militares com países aliados que consideram um cenário de guerra entre a aliança e a Federação Russa. Conforme Korotchenko, “nessas condições, a única reação possível e adequada de nosso país é tomar medidas suficientes para garantir sua capacidade de defesa e segurança, o que realizamos na prática”.
O diálogo com a aliança militar imperialista deve respeitar os interesses nacionais e geopolíticos russos, ponderou o especialista.
Recentemente, a Ucrânia anunciou que pretende pedir à OTAN que vigie o espaço aéreo fronteiriço com a Rússia e abrir duas bases navais, uma no Mar Negro e outra no Mar de Azov. Inclusive, radares russos registraram voos de aviões militares e espiões próximos de seu território.
A OTAN foi criada no contexto da Guerra Fria, com o objetivo de implementar uma política militar baseada na doutrina de “contenção do comunismo”, direcionada contra a União Soviética, que em resposta criou o Pacto de Varsóvia. Com a extinção da URSS em 1991, a OTAN procurou ampliar suas capacidades militares e o raio de sua atuação. Desde então, o que se observa é o avanço sobre as fronteiras russas, em uma espécie de cerco militar, com a abertura de bases em países vizinhos e deslocamento de tropas.
Hoje, a OTAN é uma das principais organizações imperialistas, responsável por intervir nos países atrasados, promovendo guerras, impulsionando a desestabilização dos países, e colaborando com os golpes de estado.
Em diversas ocasiões, o imperialismo choca-se com a Rússia em virtude de questões geopolíticas. O moderno arsenal nuclear russo e suas capacidades militares são vistas como ameaças para os interesses conjuntos dos países que integram o bloco imperialista, particularmente pelos Estados Unidos e União Europeia.
O imperialismo aplicou sanções unilaterais à economia russa, direcionadas para o setor de petróleo e gás natural. A anexação da Crimeia contou com ferrenha oposição do imperialismo, bem com a intervenção russa na guerra da Síria, que mudou a correlação de forças.