Da redação – O chefe bolsonarista do Parque Nacional do Pau-Brasil, Fábio Faraco, está pedindo o afastamento do conselho consultivo da unidade de conservação uma conselheira por suspeitar que a mesma se coloca contra a privatização do parque nacional e ser representante de um projeto de extensão rural da Universidade de São Paulo com assentamentos da reforma agrária.
A conselheira, Danielly Crespi, pertence ao NACE-PTECA (Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental), projeto de extensão rural da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ)/Universidade de São Paulo, que participa de projetos de extensão universitária na região de Porto Seguro (BA) com desenvolvimento de assentamentos da reforma agrária com baixa utilização de agrotóxicos, agroecologia e uso racional da água está sendo perseguida pelos bolsonaristas por este motivo.
O professor coordenador do NACE-PTECA, Marcos Sorrentino, também já sofreu perseguição dentro da referida universidade por realizar atividade de apoio a reforma agrária e levar o MST para dentro da ESALQ/USP. Fato que mostra que a extrema-direita continua sua perseguição contra as entidades que atuam com movimentos sociais.
No caso do conselho da unidade de conservação, para esconder a vontade dos bolsonaristas de acabar com qualquer representação dos trabalhadores, dos movimentos sociais ou quem atua de alguma maneira com esse setor, o chefe bolsonarista do Parque Nacional do Pau-Brasil, Fábio Faraco, inventou uma série de acusações infundadas e calúnias para expulsar a conselheira e perante os coordenadores do referido projeto que a conselheira trabalha.
A acusação dos bolsonaristas de que a conselheira participou do ato em defesa do Parque Nacional e, de maneira mais suja, de que teria dado “fuga” ao integrante do Partido da Causa Operária, Renato Farac, perseguido pela direção bolsonarista do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio).
Os bolsonaristas querem eliminar qualquer pessoa que apoio de alguma maneira os movimentos sociais de luta pela terra ou da população pobre em geral. Tanto que podemos ver a recente decisão do coronel do Exército, João Miguel Souza Aguiar, empossado como ouvidor agrário nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) enviou um memorando para que todas as superintendências regionais do órgão em todo o País não recebam mais entidades “que não possuam personalidade jurídica” ou que “sejam invasores de terras”, ou seja, MST e indígenas.
O referido parque possui um conselho consultivo que não tem poder de tomar decisões, e é totalmente controlado pela direção bolsonarista, cuja grande parte da população do entorno e dos que foram afetados pela criação da unidade sequer consegue participar das reuniões. Mas mesmo assim, a direção bolsonarista não consegue conviver com o mínimo de participação popular e divergência de opiniões e realiza uma perseguição política para expulsar a conselheira e que seja demitida do projeto que trabalha.
É preciso ficar de olho e denunciar essa tentativa de expulsão da conselheira do Parque Nacional do Pau-Brasil por ser uma legítima representante dos movimentos sociais de luta pela terra da região e ser independente da direção bolsonarista levada adiante por Fábio Faraco.
Veja abaixo o pedido de afastamento: