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Essencial para os capitalistas

Centenas de escolas já tem covid, é preciso barrar o genocídio

Política de morte da burguesia tem como resultado a contaminação e morte de servidores da Educação. A saída é uma só: A greve!

Passando a marca dos 255 mil mortes pela Covid-19 no Brasil o cenário que o povo brasileiro vive é de terror. Sem leitos, sem emprego e sem vacina a população fica à mercê da única estratégia desenhada pela burguesia para lidar com a pandemia do novo coronavírus: o genocídio da população em nome do lucro dos capitalistas.

No Estado de São Paulo o cenário não é muito mais animador. No Estado governado pelo científico João Dória, segundo as estatísticas oficiais, o total de mortes passou de 60 mil chegando ao maior número de mortes por Covid-19 em 24h nessa última terça (02/03), com 468 novos óbitos.

Diante da total falta de controle da situação o que se vê é a mutação do vírus se espalhando pelo país e uma mudança no perfil dos internados por covid-19, conforme relatado pelo Centro de Contingência da Covid-19, ligado ao governo estadual. Segundo registros, têm crescido o número de pacientes entre 30 e 50 anos sem comorbidades e um aumento expressivo da ocupação de leitos de UTI em todo o Estado.

Não bastasse os números crescentes para chamar a atenção para a necessidade de controle da situação, palavras ditas pelo Secretário de Saúde de São Paulo revelam a total irresponsabilidade com que tratam o problema:

O governo também voltou a cobrar ajuda da população. “Não adianta abrir mais leitos, precisamos da ajuda da população. Temos limitação de espaço e fundamentalmente de recursos humanos. A população precisa mudar o comportamento”

Diante de tal postura poderia se pensar que o governo já fez muito, e muito além de sua obrigação. Contudo, diante do total caos, a única postura adotada pelo governo estadual e municipal é a demagogia, remédio esse que procura aliviar a pressão da burguesia e coloca a culpa integralmente na população. Com o uso do aparato repressivo impede o trânsito da população em horários reduzidos ao mesmo tempo que decreta a atividade escolar como serviço essencial.

Diante da demagogia, o caos: 166 escolas já registram casos de covid-19

Conforme levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) 166 escolar municipais já registraram casos de covid-19 após abertura no dia 15 de fevereiro. Foram contabilizados 386 casos entre servidores e alunos e também três óbitos confirmados decorrentes do novo coronavirus.

Apesar da tentativa inescrupulosa da Secretaria Municipal de tentar abafar o problema e diminuir o número levantado pelo Sindsep, as denúncias de professores quanto ao aumento de servidores e alunos contaminados, novos óbitos e total falta de estrutura são inúmeras e registradas em volume crescente.

Em denúncia divulgada pelo Sindsep, trabalhadoras da EMEF Professora Cecília Moraes de Vasconcelos, na zona Norte de São Paulo, apontam os inúmeros problemas na estrutura física da escola, déficit de trabalhadores de higienização e limpeza, falta de torneiras no pátio, ventilação inadequada nos ambientes com espaços insuficientes para manter o distanciamento recomendado. O relato de uma professora da escola ilustra a crise vivida na maioria das escolas municipais:

“Com base no protocolo sanitário sugerido a escola deveria receber 178 crianças e adolescentes, o equivalente a 35%, por período. Dividindo esses 178 alunos em quatro intervalos para a refeição, seriam 44 crianças por intervalo. Com apenas uma funcionária da limpeza por período e uma inspetora, como é possível seguir esse protocolo sugerido pela SME?”

Outras denúncias feitas por professores da rede municipal também foram registradas pela reportagem do portal G1, ao que vale destacar os principais problemas:

  • Salas pequenas sem possibilidade de manter distanciamento de 1,5m mesmo recebendo 35% dos alunos;
  • Falta de ventilação adequada
  • Álcool gel fornecido pelo governo do estado é de má qualidade;
  • Máscaras fornecidas pelo estado são de má qualidade e os professores precisam arcar com o custo da compra de máscaras melhores;
  • Faltam professores para aulas presenciais devido ao número de professores do grupo de risco afastados.
  • Em outros casos há escolas com falta de professores para dar conta das aulas à distância. Há casos em que 65% dos alunos não frequentam as aulas presenciais e não há estrutura para responder a essa demanda.

As denúncias são inúmeras e conforme afirma Maciel Nascimento, secretário dos trabalhadores da Educação do Sindsep (profissionais da educação municipal) e membro do Comando Unificado da Greve da Educação, “Não há uma diretriz e orientação central sobre o que fazer em casos de contaminação, resultando em que cada Diretoria Regional de Educação age de uma forma”. Ou seja, a política adotada pelo governos é cada um por si.

Mais demagogia e mais uma dose de exploração: Programa Mães Guardiãs

Diante de tantas reivindicações o governo municipal lançou um programa de exploração para dar conta da fiscalização, do cumprimento dos protocolos sanitários e de distanciamento social nas unidades de ensino municipais: o programa Mães Guardiãs.

Nesse programa, mães de alunos de escolas públicas ou mulheres que moram nas comunidades das instituições de ensino receberão um benefício de R$ 1.155 mensais para executar essa tarefa inglória. Sem registro em carteira, sem direitos e se expondo ao risco de contaminação, mães desempregadas são alvo de exploração com uma proposta rasteira como essa.

Sem infra-estrutura e sem profissionais de limpeza, as mães serão guardiãs de quê?

As Mães Guardiãs deverão fiscalizar o cumprimento de protocolos sanitários que não podem ser cumpridos devido a falta de infra-estrutura e de trabalhadores da limpeza. Em regiões da cidade de São Paulo mais de 500 creches não puderam retornar às atividades presenciais devido a falta de profissionais de limpeza.

Ademais de determinações ilógicas como a redução de funcionários de limpeza por metro quadrado (supostamente para evitar aglomeração, apesar de ser evidente o motivo econômico), há também a falta de profissionais de limpeza. Há um ano, em março de 2020, a Secretaria de Educação resolveu suspender contratos com empresas terceirizadas que executavam serviço de limpeza das escolas alegando a suspensão das aulas na época.

Em resposta à crise aumenta a exploração: Educação é Atividade Essencial

Já não bastassem as demissões, a falta de reajuste de salários, as inúmeras denúncias dos servidores municipais e estaduais, em dezembro de 2020 o governador científico decretou a retomada das aulas presenciais devido a que a Educação é serviço essencial.

Respondendo às demandas do mercado financeiro e dos interesses dos capitalistas, João Dória fez seu dever de casa e determinou que, mesmo em caso de crise extrema, em fases vermelhas ou laranja, as aulas devem retomar com presença máxima de 35% dos alunos matriculados.

Como não poderia ser diferente, a Educação para a burguesia, aqui muito bem representada pelo governador Dória, é essencial somente quando representa seus próprios interesses.

Em documento que embasou o decreto são citadas inclusive o quanto as crianças e adolescentes mais vulneráveis são prejudicados com o não retorno às aulas. Demagogia maior não poderia vir de um setor que nunca se importou com o setor mais vulnerável da sociedade, muito menos com sua educação.

Esse documento, que pode ser lido aqui, foi desenvolvido por ninguém mais, ninguém menos, que um representante do mercado financeiro. Dr Fábio Jung consta como figura principal da equipe que elaborou o documento e tem no seu currículo pelo menos 14 anos de experiência no mercado financeiro.

Os ditos argumento científicos apontados pelo decreto, e que supostamente constam no referido documento, são usados como ferramenta política e em defesa dos interesses da burguesia.

Diante da crise só há uma saída: organização dos trabalhadores em torno da greve

Como resposta à crise uma parte considerável dos educadores da cidade de São Paulo está em greve desde o dia 10 de fevereiro. Conforme levantado pelo sindicato, das 4.054 escolas do município, mais da metade possui funcionários que aderiram à paralisação dos trabalhos.

Em protestos os professores exigem que a volta às aulas presenciais se dê somente com a garantia de segurança sanitária nas unidades de ensino, testagem massiva nos trabalhadores da educação e estudantes, garantia de vacinação para todos, readequação das escolas e recomposição do quadro de servidores.

Para somar esforços na mobilização pela greve uma professora grevista, Nelice Pompeu, crou uma página no Facebook chamada “Movimento Escolas sem Luto”. A finalidade é reunir denúncias de contaminações, descasos e mortes nas escolas de todo o estado. Ao passar o olho por alguns relatos fica escancarado o tamanho da crise que se criou com o retorno das aulas presenciais.

Já citada anteriormente, a Escola Municipal Professora Cecília Moraes de Vasconcelos, na zona Norte, decidiu se somar à greve após realização de assembleia geral organizada pelo Sindsep. Na avaliação de uma professora da escola a greve só foi possível devido ao apoio do Sindsep aos trabalhadores:

Muito da paralisação da unidade hoje, que está fechada para atendimento presencial, tem a ver com o suporte que o sindicato tem nos garantido. Começou pela assembleia geral aberta, que foi feita na segunda-feira (1º/03), onde vários trabalhadores da unidade participaram, o apoio a nossas demandas e o fortalecimento do movimento grevista”

Devido a relatos como esse e outros é preciso reforçar: a única saída é a organização da classe trabalhadora em torno da greve. Nas palavras de servidores da educação: O único instrumento que uma categoria com mais de 60 mil profissionais tem é a greve.”

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