A censura no Brasil avança a passos largos e infelizmente com a complacência e em alguns casos até mesmo com a reivindicação de setores que se reivindicam esquerdistas. Como é o recente caso da censura no Twitter que no Brasil parece estar a seguir os conselhos do deputado federal Marcelo Freixo que em 6 de janeiro publicou a seguinte reivindicação na sua timeline do Twitter: “Trump tem que ser preso. Essa é a resposta que as instituições americanas precisam dar a democracia e ao mundo.” @MarceloFreixo
Dentro da sua linha política anti – povo, ou seja, da frente ampla, da política de alianças com seus amigos da direita capitalista e pró imperialista, Marcelo Freixo mais uma vez relega ao imperialismo e as forças capitalistas o papel de decidir quem pode ou não falar.
Nesse espectro defendido por um dos pais da frente ampla, o Twitter se aproveitando do levante de ataques imperialistas a extrema direita vindo dos Estados Unidos cancelou de uma só vez Olavo de Carvalho e Rodrigo Constantino, além de já ter censurado o Ministério da Saúde.
É mister lembrar neste caso, quem é o dono do desinteressado defensor da democracia, chamado Twitter, é Jack Dorsey (Saint Louis, Missouri, 42 anos) dono da fortuna de 5,2 bilhões de dólares (cerca de 20 bilhões de reais). Ou seja, um dos homens mais ricos do mundo, um imperialista.
A investida do Twitter, que parcela da esquerda acha ser uma investida contra o “negacionismo científico” da extrema direita (assim como setores de esquerda chegaram a defender João Dória, como o governador científico, ops, nesse caso não é mera coincidência) e as fake news avançou contra o guru bolsonarista Olavo de Carvalho na última segunda feira (18), a rede de Jack Dorsey, seguindo as orientações políticas vindas do hemisfério nort, mas propriamente daqueles que agora derrubaram Trump, apagou publicações do astrólogo em que minimizava a Covid-19 e negava a crise de Saúde em Manaus (AM). Além de deletar as publicações, o Twitter limitou a conta do direitista, silenciando suas novas publicações.
O próprio Olavo de Carvalho compartilhou em sua página no Facebook a mensagem censurada do Twitter, “Em 2018 passei dois meses no hospital, tomando oxigênio 24 horas por dia, sem Covid nenhum. Falta de oxigênio MATA, com ou sem Covid. Tire o oxigênio de mil pacientes e diga que todos morreram de Covid. A macacada acredita”, escreveu ele em uma das publicações no Facebook.
Os ataques à extrema direita brasileira vieram em avalanche e atingiram também Rodrigo Constantino, porta-voz do bolsonarismo, que teve sua conta na rede social bloqueada durante 11 horas também na segunda-feira (18), após defender o ineficiente tratamento precoce contra a Covid-19, a base de hidroxicloroquina e outros elementos químicos que nunca tiveram verificadas sua eficácia no combate ao vírus.
Desta vez o Twitter é censor da vez, mas nos últimos anos a perseguição ao direito de livre expressão em muito se amp´liou, são centenas as perseguições e a esquerda precisa acordar, pois agora perseguem a extrema direita, para logo ali depois da curva da esquina, abalrroarem a esquerda.
Quem são os deuses que decidem o que é verdade ou mentira, como as chamadas fake news?
Em 2019 o sítio GGN por meio de decisão judicial, foi obrigado a retirar do ar uma série de reportagens sobre as denúncias sobre o Banco Pactual, fundado pelo ministro da Economia Paulo Guedes. A decisão foi assinada pelo juiz Leonardo Grandmasson, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Em sua sentença o juiz “deus” diz que o trabalho jornalístico do GGN “transbordou os limites da liberdade de expressão”, que não pode “causar danos à imagem de quem quer que seja”, estabelecendo ainda multa de R$10 mil contra o sítio caso desrespeite a decisão, que inclui também proibição de novas reportagens envolvendo o banco.
Em 2020 o próprio Diário Causa Operária teve seu site hackeado e perdeu mais de 4 mil matérias jornalísticas de denúncia da exploração da classe trabalhadora brasileira.
As perseguições e a censura se aproveitam de questões muito subjetivas para julgar, mas são objetivas em seus alvos, os opositores.
A partir do momento que se restringe a liberdade de expressão, mesmo que contra um fascista como Trump, Olavo de Carvalho ou Rodrigo Constantino, ela pode ser restrita para qualquer outra pessoa. Um direito restrito a apenas alguns setores da população passa a ser um privilégio e o movimento de luta da classe trabalhadora deve sempre lutar para acabar com os privilégios. Desse modo, lutar contra a censura feita pelos monopólios é uma questão de princípios e não de conveniência – não se deve defender um direito apenas quando é aplicado aos seus aliados e amigos.