Estava previsto para acontecer hoje, dia 25, uma aula pública na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para que temas como o avanço do fascismo no país pudessem ser discutidos amplamente. O evento, promovido pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), contaria com a presença de seu ex-candidato a presidência, Guilherme Boulos, além da deputada da chapa eleita, Fernanda Melchionna e o ex-governador do Estado, Tarso Genro, do Partido dos Trabalhadores.
A discussão que seria promovida no âmbito universitário, com participação de estudantes de diferentes cursos e até mesmo Universidades sulistas, foi, porém, vetado. Os representantes da bancada direitista, como Gerônimo Goergem (PP) e o professor do curso de direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Marcel Van Hattem (Novo), lançaram uma ação ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para que o evento não fosse realizado nas dependências do campus, que é público.
O entendimento do TRE, marcado pelo golpismo, foi em consonância aos direitistas. Assim o evento foi vetado, pelo juiz auxiliar Rômulo Pizzolatti, de ser realizado nas dependências da Universidade. Como argumento, utilizou o Inciso I do art. 73, da Lei das Eleições, que proíbe o uso de bens, móveis ou imóveis, públicos, por candidatos, partidos políticos ou coligações. O mesmo entendeu que o uso do espaço por integrantes da esquerda seria uma forma de fazer campanha ao presidenciável Fernando Haddad, atacando, assim, o fascista Jair Bolsonaro.
Cada vez se torna mais evidente o regime militar a qual o Brasil se encontra. A censura está cada vez mais evidente, sendo agora proibido a discussão sobre fascismo no ambiente acadêmico, o que denota a importância de ações práticas para derrotar o golpe nas ruas. Compor os comitês de luta contra o golpe e de autodefesa são a única forma de derrotar o fascismo e garantir os direitos dos estudantes e da classe trabalhadora.