A ministra da mulher, da família e dos direitos humanos, Damares Alves, classificou uma reportagem da revista AzMina como “apologia ao crime”. A reportagem trazia informações a respeito da possibilidade de mulheres brasileiras praticarem um aborto legalmente na Colômbia. A ministra, por twitter, disse ter sido alertada sobre o assunto e afirmou que o o conteúdo da revista poderia colocar meninas e mulheres em risco.
O artigo ainda traz informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) a respeito dos efeitos esperados em relação aos remédios que induzem o aborto, entre outras coisas. No Brasil as únicas modalidades de aborto permitidas são nos casos de estupro, risco de vida para a mulher e anencefalia. Ainda assim, o governo brasileiro, com essa censura sobre a temática, parece impedir que o procedimento seja realizado mesmo nesses casos específicos.
Essa perseguição política à liberdade de expressão é mais um ataque da extrema direita representada na figura de Bolsonaro e seus ministros para perseguir a livre discussão das pautas da população mais pobre. Impedir que o debate do aborto seja feito é um ataque ao direito primordial que a mulher tem sobre seu corpo. É atacar a possibilidade de defesa de um direito primário de escolha da mulher e coloca-la mais uma vez sob a opressão dos trabalhos domésticos.
Além disso, representa mais uma vez a política da direita de colocar a mulher como objeto de reprodução. Visto que ao vincular o ministério da mulher ao da família é conceber que o papel social desta é exclusivamente dentro da instituição familiar. A mulher, por ser um dos elementos mais oprimidos na sociedade, tem a tendência de ter um maior caráter revolucionário. Permitir a discussão das opressões da mulher é uma forma de compreender seus maiores perseguidores, invariavelmente a extrema-direita.
Por isso, organizar as mulheres para lutar por Fora Bolsonaro é uma forma de lutar contra o fascismo e, consequentemente, de definir um horizonte de liberdades democráticas para a maior parcela da população. Derrubar o governo Bolsonaro, portanto, é um impulso essencial para a luta da libertação emancipação social da mulher.