Da redação – A desembargadora Fernanda Xavier de Brito, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro determinou no dia de ontem, 14, que o candidato ao governo pelo estado, Eduardo Paes do DEM, retire do ar um vídeo de sua campanha eleitoral, no qual Paes afirma que seu adversário na disputa, Wilson Wtzel, do PSL, partido de Jair Bolsonaro, é ficha suja. Na determinação a desembargadora estipula uma multa de R$5 mil caso o video não fosse excluído em 24 horas. Caso o vídeo continuasse sendo veiculado, a multa passaria para R$ 50.000 por dia.
Wilson Witzel, que é juiz, responde a um processo no Conselho Nacional de Justiça. A determinação da desembargadora revela, acima de tudo, o caráter arbitrario e ditatorial que vem predominando nas eleições desse ano, eleições que ocorrem dentro de um golpe de Estado. A justiça age abertamente para impedir a campanha eleitoral, impugnando mais de mil candidaturas em todo o país, perseguindo as campanhas de esquerda, além, é claro, de ter retirado das eleições, de maneira totalmente arbitraria, o principal candidato popular, Luiz Inácio Lula da Silva.
A censura se intensifica nas redes sociais, com o bloqueio de contas no Facebook. É preciso destacar, portanto, que a censura contra a campanha de Eduardo Paes, mesmo ele sendo um candidato da direita, expressa essa política de repressão que vem se impondo durante toda a campanha eleitoral. A censura contra um video da campanha de Paes abre mais uma brecha para que a direita golpista, por meio dos tribunais, intensifique ainda mais a perseguição contra a esquerda, sendo este o objetivo principal.
É necessário, portanto, denunciar o caráter totalmente fraudulento dessas eleições, as quais estão sendo organizadas desde o começo para que os golpistas consigam dar uma aparência de legitimidade ao golpe de Estado, elegendo um candidato que irá impor o programa do imperialismo, de terra arrasada contra a população.
É uma completa ilusão da esquerda acreditar que a luta contra os golpistas, contra o imperialismo, será resolvida pela via eleitoral. É necessário mobilizar a população contra o golpe de Estado, organizar e ampliar os comitês de luta contra o golpe nas fábricas, nos locais de trabalho, nos bairros populares e em todo o pais.