Segunda-feira (14) o Supremo Tribunal espanhol condenou 9 líderes independentistas da Catalunha a penas que vão de 9 a 13 anos de prisão, sob a acusação de sedição. A pena maior, de 13 anos, foi para o ex-vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras. Desde então, a Catalunha passou por quatro noites seguidas de protestos e se prepara para continuar hoje.
Na noite de quarta-feira (16), houve uma repressão intensa aos manifestantes da parte da polícia espanhola. Pelo menos 97 pessoas foram detidas, segundo dados da polícia. O aeroporto de Barcelona foi tomado pelos manifestantes, e 42 voos foram cancelados. Na quinta-feira, estradas e trens amanheceram bloqueados, enquanto os protestos se espalhavam por toda a Catalunha.
Ditadura espanhola
Em 2017, a população da Catalunha decidiu por meio de um referendo tornar-se independente da Espanha. O governo central, no entanto, à época com Mariano Rajoy, do Partido Popular, à frente, ordenou uma intervenção no país e reprimiu a população que saiu às ruas, evitando a independência à força, com respaldo de uma decisão do mesmo Supremo Tribunal que agora condena os independentistas.
Extrema-direita
Como em outros países da Europa, na Espanha também há uma ascensão da extrema-direita, que começa a tomar espaços institucionais por meio do crescimento eleitoral. É um sintoma de desagregação do regime político, acompanhado pelo declínio dos partidos tradicionais. No caso da Espanha, um dos fatores de mobilização da base dessa extrema-direita é justamente a opressão das nacionalidades esmagadas pela opressão espanhola. É uma pauta típica da extrema-direita franquista. Durante os protestos na Catalunha, além da opressão policial, os manifestantes têm sido alvo de ataques de grupos fascistas.
Crise do imperialismo
Há uma série de sinais de desagregação no território da União Europeia, que expressa a crise da burguesia imperialista na região, resultado da grande recessão de 2008, em que se abriu uma nova etapa da crise capitalista. Além da ascensão da extrema-direita, outro sinal é a desagregação do próprio território dos países imperialistas. Por muito pouco a Escócia não decidiu pela independência do Reino Unido em 2014. Agora o próprio Reino Unido deixa a União Europeia por meio do Brexit. Na “Espanha”, essa crise aparece com um novo ímpeto separatista das nacionalidades oprimidas dentro do território “espanhol”, como uma crise de uma unidade territorial artificial mantida à força por uma ditadura.
Todo apoio à independência da Catalunha!
A reivindicação nacional do povo catalão é democrática, legítima e consiste em uma reação à opressão do imperialismo espanhol. É uma luta que merece toda a solidariedade dos trabalhadores em todo o mundo. todo apoio à independência da Catalunha!