Nos últimos meses, tem aumentado de forma alarmante o atrito entre os Estados Unidos e a China. Cada vez mais, o governo de Trump se mostra completamente contrário à estabelecer ligações diplomáticas apropriadas com o governo de Pequim, atacando ferrenhamente a soberania e a economia do país. Prova disso é o apoio que as manifestações de caráter imperialista têm recebido por parte da potência americana, incentivando e, até mesmo, colaborando com a organização da mobilização “popular”.
Recentemente, a agressão dos Estados Unidos frente ao desenvolvimento da China se mostrou ainda mais escancarada. Frente à popularidade do aplicativo Tiktok, iniciou-se uma grande campanha de intrigas contra a aplicação. O próprio Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, denunciou que o Titktok é, na realidade, um artifício da inteligência chinesa para espionar a população estadunidense.
Todavia, isso não foi o suficiente. Trump, não satisfeito, procurou ir além e definiu um ultimato à ByteDance, empresa que retém os direitos do aplicativo. Nesta segunda-feira (04), o republicano laranja colocou que, caso o Tiktok não seja vendido à Microsoft até dia 15 de setembro, será impedida de operar dentro do país. Trump reitera que o aplicativo representa um perigo à segurança nacional e que, por conseguinte, precisa ser controlada. Segundo a Microsoft, caso as negociações avancem, haverá uma “revisão completa de segurança” e a entrega dos “benefícios econômicos apropriados” aos Estados Unidos, além de garantir que “todos os dados privados dos usuários americanos do TikTok” sejam transferidos e permaneçam no país.
Deve ficar claro que as denúncias feitas pelo governo dos Estados Unidos não se baseiam em fatos concretos. Especialistas na área de tecnologia afirmam que a situação tem características de um golpe, colocando que o aplicativo ainda é pouco consolidado, com uma base de dados relativamente pequena quando comparada à de outros gigantes do nicho. Acima disso, precisamos entender que o ataque feito à empresa chinesa não é um fato isolado, mas sim a continuação da campanha que o governo de Trump tem feito contra a China.
O ponto é que, nos Estados Unidos, existe um gigantesco monopólio sobre as redes sociais. No momento em que uma empresa chinesa apresenta uma alternativa, prontamente é silenciada pelo governo estadunidense, visando acabar com a concorrência dentro desse espaço. Devemos lembrar, também, que, nos últimos anos, diversas empresas estadunidenses foram denunciadas pelo roubo de dados de milhões de pessoas. No momento em que forçam a venda para uma empresa do país, o fazem utilizando a evidente falácia da benevolência de suas empresas.
É um fato que demonstra perfeitamente o modus operandi do imperialismo. Promovem ataques violentos contra qualquer ameaça que possa infligir algum tipo de dano à sua dominação. Ademais, é a prova de que o governo estadunidense apoia publicamente a dominação dos monopólios em seu país, intensificando a dominação do empresariado sobre a sua economia nacional. Além disso, é um tipo de ação que infringe diretamente toda a propaganda de esquerda estadunidense. Afinal de contas, a livre concorrência existe só para aqueles que concordam com a agenda imperialista. Qualquer oposição é duramente esmagada.