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Palmeiras x Flamengo x Covid

Caso Palmeiras e Flamengo mostra o vale tudo dos capitalistas

Pelo dinheiro neste final de semana a CBF determinou um dos mais inacreditáveis espetáculos de insanidade, a realização de uma partida de futebol com a circulação do Covid 19.

Neste domingo, 27 de setembro, o futebol brasileiro teve um dos espetáculos mais grotescos da história do futebol brasileiro. Na semana que precedia ao clássico nacional Palmeiras x Flamengo, foi detectado um enorme surto de contaminação entre dirigentes, funcionários e atletas do Clube de Regatas Flamengo, somente entre jogadores foram mais de 20 atletas diagnosticados com Covid 19. Frente à tamanha contaminação imediatamente, se colocou a necessidade de suspensão da partida.

De acordo com o médico, professor e neurocientista Miguel Nicolelis e também um dos coordenadores do Comitê Científico do Consórcio Nordeste para o Covid 19, o campeonato deveria ser paralisado imediatamente. Segundo ele, no jogo de domingo entre o alviverde paulista e o rubro negro carioca há muitas incertezas em relação ao risco de transmissão do vírus durante a partida, mesmo com o time da Gávea utilizando atletas que testarem negativo.  “Não dá pra saber (qual o risco de transmissão). Teria que fazer o que qualquer país civilizado faz, fazer um rastreamento, saber com quem cada jogador (contaminado) teve contato. Desde o começo, não poderia ter tido jogo. Tudo isso mostra como no Brasil o hedonismo está acima da preocupação com a saúde pública”.

O médico e cientista Nicolellis já havia classificado a decisão do retorno das competições no Brasil como loucura. “Esse caso só reforça o que eu disse lá atrás, não era hora de voltar com o futebol. Quando teve o caso (de atletas contaminados) do Goiás, foi um indício de que nāo dava certo, que era melhor parar o campeonato. Por sorte, nāo tivemos uma fatalidade com um jogador até agora. O mais seguro seria parar o campeonato”, afirmou o médico, que também ponderou sobre a competição internacional Libertadores da América, onde os dirigentes flamenguistas alegam ter ocorrido a contaminação, “A Libertadores piorou as coisas. Você viaja para o exterior, fica no aviāo muito tempo, sem ventilação, se tem alguém contaminado é um risco grande”, disse o neurocientista.

Voltando a realização da partida, os tribunais entraram em ação. No imbróglio judicial inicialmente o TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho), determinou a suspensão da partida e multa de 10 milhões caso se realizasse, assim como liberação por 15 dias do Flamengo de jogos. Mas os interesses econômicos em jogo, conseguiram mobilizar no domingo, juízes do Tribunal Superior do Trabalho (TST)para a aprovação da realização da partida, derrubando a liminar da justiça carioca. Da parte do Flamengo, o interesse era colocar numa outra ocasião sua equipe com força total.

É necessário lembrar que foram os dirigentes do Flamengo (apoiado por dirigentes de outros clubes) que mais pressionaram, seguindo as orientações de Jair Bolsonaro e dos seus interesses capitalistas pela volta do campeonato em meio à pandemia, afirmando que seguindo protocolos, não haveria problema nenhum na volta do futebol. O que estava em jogo não era a paixão do torcedor brasileiro, mas os lucros dos capitalistas do esporte e dos “bem intencionados” dirigentes esportivos. Pois bem, logo que o campeonato voltou o Goiás apresentou a contaminação de mais de dez jogadores, foi obrigado a jogar com atletas substitutos.

Ao longo de toda manhã e tarde do domingo, os atletas sequer tiveram condições de fato de se prepararem para a partida, pois ora o jogo não iria acontecer, ora iria ocorrer, nessa completa desorganização provocada pelo dinheiro dos capitalistas, atletas foram para o campo com total receio de contaminação, assim como totalmente desconcentrados.

Com a decisão a menos de meia hora do início da partida, as equipes foram a campo, o Flamengo recheado de atletas da base e o Palmeiras completo. A partida terminou Palmeiras 1×1 Flamengo, com gols de Patrick de Paula pelo Palmeiras e Pedro pelo Flamengo. A medida do TST determinou por fim das contas o enorme risco de contaminação e mortes de funcionários, dirigentes ou até mesmo atletas e seus familiares. Situação determinada por interesses econômicos.

Após a partida o Atlético-MG, através do seu presidente Sérgio Sette Câmera, afirmou que vai pedir a exclusão do Flamengo do campeonato brasileiro junto à procuradoria da justiça desportiva.

Segundo o dirigente atleticano em entrevista ao site Terra: “A lei vale para todos. O Flamengo se utilizou da Justiça comum para descumprir o protocolo da CBF e desrespeitar todos os outros 19 clubes da Série A, em mais um exemplo de soberba. Isso é passível de banimento. Tem de ser rebaixado automaticamente. O Atlético-MG vai entrar com um pedido à Procuradoria do STJD para a exclusão do Flamengo do Brasileiro. Deve ser realmente banido do campeonato”. A reivindicação do dirigente alvi-negro era que o Flamengo teria que cumprir desde o princípio o que a CBF determinou sobre o jogo, que era sua realização, e não brigar fora da esfera esportiva. Sendo que é questão central na jurisprudência esportiva, que os clubes não podem recorrer aos tribunais de fora do âmbito esportivo.

O presidente atleticano, Sérgio Sette Câmera finalizou:  “O campeonato vai prosseguir. Só não sabemos se com ou sem o Flamengo. Temos acompanhado as dificuldades da CBF na organização do Brasileiro num momento tão grave, tão difícil. Era hora de todos darem as mãos para ajudar a confederação e o futebol brasileiro. Mas o Flamengo quer tomar o próprio caminho, se acha o melhor e se acha independente. Tem de pagar pelos seu erros”.

O absurdo de toda essa situação é no final das contas por toda política golpista, que tem assento na Confederação Brasileira de Futebol, através dos dirigentes capitalistas interessados nos seus dividendos e que apoiam o presidente empossado pelo golpe Jair Bolsonaro na sua busca de satisfazer os cofres da elite burguesa nacional e até internacional, envolvida com o esporte nacional. Toda essa situação só poderá ser resolvida pela entrada no campo político dos maiores interessados no futebol, os torcedores através de suas organizações, as torcidas organizadas.

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