Sexta-feira (16) foi ao ar a mais recente entrevista concedida pelo ex-presidente Lula, preso político há exatos 500 dias, ao jornalista Bob Fernandes. Preso político da direita golpista e perseguido por meio de um Judiciário tomado por agentes golpistas, Lula analisou diversas questões da política nacional sob o ilegítimo governo Jair Bolsonaro. E entrou na questão de sua prisão, no aspecto relativo a como ele deveria sair da prisão. De um lado, haveria a possibilidade de Lula conseguir a liberdade por meio de negociações institucionais. De outro, há o caminho do embate contra as sentenças arbitrárias proferidas por uma justiça tomada pela direita.
Lula foi taxativo sobre as sentenças em que foi condenado: “eu quero sair daqui com 100% de inocência”. E disse que não espera “nenhum favor”. Afirmando ainda: “a única coisa que espero é que prevaleça o estado de direito, democrático”. E denunciou a farsa dos processos contra ele: “Os dados desde o primeiro momento até agora mostram que é um processo de construção de uma mentira atrás da outra.”
Nomeando também alguns dos principais agentes da farsa: “Dallagnol sabe que mentiu, Moro sabe que mentiu na sentença”. E sobre o fato de que seus perseguidores não conseguiram sequer forjar uma prova plausível até hoje, disparou: “Tenho desafiado a provar que tem um real na minha vida que não seja resultado do meu trabalho”.
Sem meias medidas
Lula também foi claro ao dizer que não pedirá progressão do regime de sua pena. O ex-presidente e preso político que foi impedido de participar das eleições do ano passado exige ser inocentado. Ou seja, que a farsa contra ele seja completamente desfeita. Com uma postura de não aceitar negociar sua liberdade.
Anular todos os processos
Se Lula não quer meias medidas e não aceita sua condenação, só resta, embora isso não seja colocado diretamente durante a entrevista, um confronto com as instituições golpistas em alguma medida. O regime político está organizado para manter Lula preso, mesmo com uma condenação sem provas em que o processo foi desmascarado de uma vez por todas com os vazamentos de mensagens privadas reveladas pelo Intercept. Portanto, não há perspectivas diante dos marcos atuais de que Lula tenha seus direitos respeitados e, desse modo, imediatamente libertado.
Para impor os direitos de Lula diante de da ditadura em progresso da direita golpista é preciso que haja uma grande mobilização popular permanente exigindo sua saída da prisão e a anulação imediata de todos os processos contra ele. Isso é possível de impor com uma mobilização intensa. E é para isso que o movimento contra a direita golpista e contra Bolsonaro deve trabalhar. No próximo dia 14 haverá um grande ato em Curitiba pela liberdade de Lula. é preciso encher Curitiba nesse dia, e participar dos atos preparatórios desse grande protesto que ocorrerão em todo o Brasil. É hora de organizar uma ampla campanha de massas para exigir nas ruas: liberdade para Lula! Anulação de todos os processos!