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Caso Dolly: para golpistas Brasil deve se tornar colonia absoluta do Imperialismo

O interessante no caso da prisão de Laerte Codonho, o empresário dono da empresa de refrigerantes nacional Dolly, é que Codonho durante a coerção pela Polícia Federal segurou um cartaz com os dizeres “Preso pela Coca-Cola”. Codonho já fez propagandas de cunha nacionalista, em outros momentos como por exemplo um outdoor dizendo “Brasileiro não tem medo de estrangeiro”. O slogan foi veiculado pela primeira vez durante o intervalo da luta de boxe em 2003. Na época, a Dolly estava resistindo a uma guerra contra a Coca-Cola e afirmava que a companhia norte-americana praticava, e pratica, uma concorrência desleal, abusa do poder do mercado e adota práticas irregulares.

Slogan “Brasileiro não tem medo de estrangeiro” foi veiculado em 2003 pela empresa

Isso não é de se espantar, pois como ele trabalha em varejo sente com mais força a pressão que é a dominação dos monopólios imperialistas. Quando se vai ao mercado o que mais se tem nas prateleiras são produtos estrangeiros, de empresas estrangeiras. Devemos nos lembrar também que várias empresas nacionais como de chocolates, sorvetes, etc. foram compradas pelos grandes monopólios, como a Nestlé, Unilever, e a própria Coca-Cola tem ultimamente comprado todas as empresas que surgem no ramo de bebidas.

Guaraná Jesus, bebida típica do Maranhão comprada em 2001 pela Coca-Cola

O próprio Codonho já denunciou em outra ocasião a pressão que sofria e que todos sabiam que vinha da própria Coca-Cola, que queria obviamente acabar com a Dolly. A Dolly não domina o mercado de refrigerantes brasileiros, mas é um concorrente, e os grandes monopólios não admitem concorrência, por menor que seja. Para quem quiser saber mais sobre o assunto há filmes que retratam bem isso, como o filme Coca-Cola Kid, no qual eles mostram como a Coca foi no fim do mundo em uma cidadezinha em que não dominavam o mercado, somente para destruir a empresa local. Isso é uma realidade, não é ficção mas sim uma prática comum que os monopólios em geral fazem.

Muita gente pode até duvidar com desdém “Ah, mas a Coca-Cola quer destruir a Dolly?”, lógico, a empresa brasileira ocupa uma fatia do mercado que a Coca gostaria de ocupar. Os grandes monopólios atuam de forma insistente e furiosa para dominar cada nicho do mercado. Laerte Codonho foi preso sob a alegação de fraude fiscal, que supostamente teria demitido os funcionários e iria recontrata-los para não necessitar pagar os direitos dos trabalhadores. É curioso que em meio à reforma trabalhista que veio para acabar com todos os direitos dos trabalhadores eles prendam um empresário por causa disso. Outra pergunta é, seria muito ingênuo acreditar que o dono da Dolly é o único empresário que faz isso? Que quer o lucro em cima do trabalho de seus funcionários? É óbvio que não.

O interessante de notar nesse fato é que depois do golpe, e um dos seus objetivos, as empresas brasileiras que atuam para mercado brasileiro vão ser totalmente liquidadas. Os golpistas entreguistas abrirão totalmente o mercado, o suposto livre mercado, para as empresas estrangeiras e essas irão se livrar de todos os seus concorrentes. O que nós vimos com a Odebrecht e a OAS, empresas que tinham grandes contratos com o governo e estavam envolvidas no processo da operação golpista Lava-Jato, estão hoje sendo totalmente destruídas. No caso da Odebrecht que tinha contrato em vários países da América Latina e inclusive na África, os contratos foram sendo sucessivamente cancelados, alegando o problema da corrupção. No caso da Petrobras, nas obras da petrolífera foram abertas licitações apenas para empresas estrangeiras, os golpistas querem destruir a empresa e ocupar com empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas, toda a fatia do mercado que pertencia a empresas nacionais.

Filme australiano ‘Coca-Cola Kid‘, lançado em 1985

Ainda, no meio da operação, também se viu o processo contra a JBS, que também é uma empresa que cresceu muito e que estava se espalhando pela América Latina, o processo veio com o mesmo intuito de destruir a empresa e abrir o mercado para o estrangeiro. E agora o caso da Dolly, que faz parte do mesmo plano. Temos que denunciar não porque defendemos os capitalistas brasileiros, são criminosos e contra a classe trabalhadora assim como as empresas estrangeiras, mas o que acontece é que se formos permitir que os grandes monopólios destruam, por meio da força estatal, dos golpistas, que estão totalmente a serviço do imperialismo, todas as empresas nacionais, não só as estatais, mas também liquidar as empresas privadas para inserir as estrangeiras nesse mercado, vamos nos tornar uma colônia absoluta do imperialismo.

O Brasil já é uma semi-colonia, dominada pelo imperialismo, mas ainda existe uma certa indústria nacional. Acabar com isso é tornar o Brasil em um país puramente exportador, fora o aumento no custo de vida dos brasileiros caso tenhamos que importar tudo aquilo que quisermos consumir. Se o golpe continuar progredindo, se não barrarmos todos os ataques dos golpistas, o que vai acontecer é a destruição de todos os direitos trabalhistas, a transformação de todos os trabalhadores brasileiros em escravos, o fim da aposentadoria. Os brasileiros não terão mais educação pública, saúde pública, tudo que quiser usufruir terá que ser pago aos estrangeiros, o custo de vida vai aumentar absurdamente, e o que vamos ver, como vimos em diversos países onde essa política neoliberal foi aplicada, é uma devastação total do país, a destruição da economia e uma miséria gigantesca. Podemos esperar o pior para a classe trabalhadora e para o Brasil se o golpe continuar progredindo.

Para saber mais:

Colunistas COTV: "Caso Dolly e o Brasil colônia" por Natalia Pimenta

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