André Constantine, Líder comunitário carioca e militante do Partido dos Trabalhadores, foi preso pela Policia Militar na quinta-feira (4), na Cinelândia. Devido principalmente à denuncia contra a PM e a palavra de ordem que pedia a dissolução imediata da instituição repressiva, principalmente em sua área de maior atuação, a favela, foi o suficiente para que a polícia o levasse para a delegacia em uma tentativa de não só desencorajar os setores mais combativos do proletariado carioca, como também para dispersar o protesto em si, uma velha tática da policia, que agora se fortalece devido à autorização para o armamento fornecida pelo governo golpista. O militante do PT teve o microfone arrancado das mãos, acusado de desacato e recebeu voz de prisão de um capitão PM.
A abordagem foi gravada em vídeo. Não demorou para que as imagens circulassem nas redes sociais. A prisão de Constantine mobilizou parlamentares de vários estados, que denunciaram a ação arbitrária contra o direito de manifestação e acabou liberado. O direito de manifestação é um direito inalienável, e tem que ser defendido a qualquer custo. Assumir que o governo ou qualquer instituição repressiva, como a Policia, irá defender a liberdade de manifestação da população é ingenuidade, basta acompanhar as manifestações feitas este ano.
“A gente está vivendo o aprofundamento de um estado totalitário no Brasil”, denuncia o militante do PT. Constantine é criador do movimento Favela Não se Cala e agora organiza o Movimento Nacional de Favelas e Periferias. Ele denunciou no ato, na frente da policia, a verdade: “Uma facção (da favela) se sobrepõe à outra de acordo com quem paga mais à polícia”.
Esta ação pelo capitão, comandante da guarnição presente no ato, que alegou “desacato”, foi uma ação claramente arbitraria. Tão arbitraria como a prisão de Daniel Silveira pelo Supremo Tribunal Federal, ou como o pedido de prisão de Danillo Gentili. Essas arbitrariedades, que podem facilmente parecer desconexas, ou até pequenas, na verdade demonstram a tendência ditatorial do País no momento.
Este Diário sempre denunciou que qualquer ataque da direita contra a extrema-direita, especialmente quando se trata de uma prisão, por qualquer veiculo legal, apenas devido ao que a pessoa em questão falou, seja por alegação de desacato ou lei de segurança ( um tipo de lei Patriota, dos EUA, confeccionada na ditadura militar no Brasil) é apenas uma desculpa para reprimir também a esquerda. É uma questão de tempo até que o pau que bate em Chico bater em Francisco, e neste caso, a esquerda já esta sendo atacada. Se permitimos isso sem denunciar, veremos o quão profundamente a ditadura reprime todos os lados.