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Privatização das vacinas

“Caridade”: o Estado não tem dinheiro para comprar vacina?

Empresas privadas querem tomar de assalto o controle da vacinação no Brasil comprando 33 milhões de doses e supostamente doando metade ao SUS

Nos últimos dias foi divulgado que um grupo de 12 empresas privadas agora tenta articular a compra de 33 milhões de doses da vacina passando por cima do Sistema Único de Saúde (SUS), que é quem deveria controlar toda a vacinação. A vacinação no Brasil e no mundo está se desdobrando exatamente como este Diário previu, os interesses econômicos e políticos se sobrepõe a tudo e a questão da saúde está em ultimo lugar, se é considerada. Um absurdo completo para garantir que os ricos e alguns trabalhadores específicos, que eles desejem, sejam vacinados.

No Brasil a disputa política se dá entre o principal setor da burguesia, que organizou o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma (PT), representando por Doria (PSDB) e o outro setor, que é mais fraco, ligado ao presidente ilegítimo Bolsonaro.

Dentre as empresas que estão no esquema para controlar a saúde estão Vale, Gerdau, JBS, OI, Vivo, Ambev, Santander, Itaú, Claro, Whirlpool e ADN Liga. Ou seja, os maiores inimigos da classe operária no Brasil, que na sua grande maioria participaram do golpe de 2016 e que apoiaram as piores medidas dos governos Temer e Bolsonaro. A Petrobras também está neste grupo, o que revela que a empresa estatal, que deveria estar sob o controle dos trabalhadores, segue completamente a reboque da política da burguesia, que tem como objetivo final a sua privatização.

Os empresários afirmam que metade das doses seriam “doadas” ao SUS e assim se apresentam como os salvadores da pátria por meio da sua caridade. A manobra de propaganda é clara pois nenhuma grande empresa tem interesse real na saúde da população, o único fator por trás de suas ações é o lucro. Uma das possibilidades é que essa “doação” no futuro próximo se torne uma isenção fiscal e que assim as empresas na realidade não gastarão nada, só sonegarão os impostos. Outra opção é que usarão isso de propaganda, outro investimento próprio, afinal bilhões são investidos todos os anos neste setor, em algumas empresas a propaganda é um gasto maior do que o da própria produção.

Ainda mais relevante que denunciar a falsa caridade desses capitalistas é que de forma alguma o controle sobre a saúde do país deveria estar na mão de empresas privadas. O que se viu até então desde o início da pandemia foi justamente o programa desses empresários: não fazer nada e deixar o povo morrer. Agora que o Estado – que no Brasil tem uma tradição de campanhas de vacinação – de fato poderia entrar em ação, os burgueses querem ter o controle direto sobre a compra e uso dos itens essências da saúde do povo, sob a administração da iniciativa privada.

Esse cartel de empresas privadas quer ter o controle de 16,5 milhões de doses de vacina, o que se espera que aconteça com esses imunizantes valiosíssimos para a população brasileira que esta morrendo aos milhares todos os dias? Qual será o método aplicado pelo Itaú, pelo Santander, pela Claro e pela Ambev para escolher os agraciados com a vacina? Esta evidente que os altos burocratas e os de classe média de todas essas empresas serão vacinados a frente da esmagadora maioria da população brasileira independente de serem de grupo de risco ou não. Se sobrarem doses alguns trabalhadores serão vacinados para fazer propaganda e serão escolhidos de acordo com o setor que interessa os patrões e não de acordo com suas necessidades.

Outro fator importante, é obrigação do sistema de saúde público garantir a vacinação gratuita para todos, mas existe alguma regra que as empresas privadas tem de vacinar os seus trabalhadores gratuitamente? O que pode vir a acontecer é que se gere um enorme lucro aos capitalistas, que forçarão os seus funcionários a pagar pela própria vacinação. Os mesmos que destroem a saúde pública financiando o governo golpista, lucram com base na saúde privada, o que não é nada impressionante, apenas o funcionamento normal do capitalismo.

Todo o programa de vacinação apresentado pelos direitistas no Brasil e encabeçado pelo governador fascista João Doria se mostrou uma farsa completa. Apesar da gigantesca propaganda, não há vacinas nem para 2% da população. Há expectativas de que se cheguem mais alguns milhões de doses, o suficiente para bater o marco de 10% até abril. Contudo, nem isso está garantido, visto que está sendo levado adiante pelos golpistas que dominam o país.

Enquanto isso, as empresas privadas já se organizam para tomar de assalto a vacinação, está claro que o projeto da burguesia no Brasil segue sendo o mesmo desde o início da pandemia, garantir os lucros dos capitalistas com base na morte dos trabalhadores.

A esquerda de forma alguma pode ficar a reboque dos maiores inimigos da classe operária brasileira, os supostos científicos que fazem propaganda com a vacina mas não apresentam nada concreto. A esquerda precisa ter um programa independente que garanta a vacina gratuita e de qualidade para todos e que vá muito além disso, com investimentos massivos na área de saúde e de grandes auxílios para garantir que uma grande parte da população possa realizar isolamento. Nos países que melhor lidaram com a pandemia, como Cuba, as pessoas tiveram condições de ficar em casa antes da vacinação. Além disso é preciso denunciar que a responsabilidade pelas mais de 200 mil mortes não é só de Bolsonaro mas de todos os golpistas como Doria, Maia, Baleia Rossi, etc, que precisam ser derrubados pela mobilização popular.

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