O ex-ministro da justiça do governo Dilma, José Eduardo Cardozo, resolveu se manifestar sobre a ida de Sérgio Moro para compor o ministério da justiça de Bolsonaro. Cardozo, como de hábito, deu entrevista à Folha de São Paulo (17/11) “explicando” e “justificando” a conduta do juiz da lava-jato. Segundo ele “não existe cargo de ministro que não seja político” e “um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política”, mas basta ficar por um tempo de quarentena que está tudo bem.
Cardozo ainda deu uma mostra de sua passividade característica e a bajulação à imprensa burguesa que marcou os cinco anos de passagem pelo ministério da justiça no governo petista. Para ele, Sérgio Moro seria uma espécie de paladino da ética “Um defensor público da ética, defensor público da magistratura, ele sempre disse que não aceitaria nenhum cargo político porque isso poderia inclusive prejudicar o seu trabalho. Então eu imaginava: não, ele vai recusar”
A postura de José Eduardo Cardozo demonstra a atitude de parte do PT que deseja “virar a página do golpe”, esse setor procura se adaptar aos gopistas e segue acreditando na operação lava-jato e sua suposta isenção até hoje. O ex-ministro sequer pronunciou o nome de Lula o que demonstra que para ele sua prisão ilegal também são águas passadas. Quanto à lava-jato, Cardozo ainda defendeu que nem todas as prisões da operação foram arbítrarias colocando mais uma vez uma suposta “luta contra a corrupção” distante dos óbvios objetivos políticos da operação.
Essas declarações demonstram mais uma vez a urgência da luta contra o golpe e a prisão de Lula. É preciso resistir aos ataques dos golpistas e seus colaboradores denunciando os discursos que confundem parte da esquerda que permance anestesiada diante da fraude eleitoral. É preciso convocar os trabalhadores para mobilização e o enfrentamento do golpe e da prisão de Lula.