No dia 20 de abril, as autoridades do governo alemão começaram a planejar o fim da quarentena. Na quarta-feira, dia 6 de maio, foi assinado um acordo para efetivar a próxima etapa deste relaxamento, na qual está previsto a reabertura do comércio e de escolas. Segundo o governo, este relaxamento é possível devido à baixa de novos casos de infectados pela doença e pela falta de uma nova onda de contaminação.
Neste plano de reabertura, consta a realização de medidas de distanciamento. As pessoas deverão utilizar máscaras, permanecer distantes e, em geral, os estabelecimentos deverão se responsabilizar por impedir aglomerações. Além disso, está posta a discussão sobre a reabertura de teatros, bares e cafés. Entretanto, não houve uma decisão decisiva.
Devemos deixar bem claro que esse projeto, na verdade, não diz respeito à melhora da situação na Alemanha. Afinal de contas, o país permanece na sexta posição de maior número de infectados, com 169.016 pessoas contaminadas. Muito pelo contrário, este plano é uma clara mobilização por parte da burguesia para pressionar o governo a reiniciar as atividades econômicas e, finalmente, amenizarem suas perdas.
A Europa se encontra em uma crise econômica nunca antes vista, principalmente devido aos grandes bancos que, na crise de 2008, tiveram suas dívidas perdoadas por parte dos burocratas da União Europeia. Exatamente por esse motivo devemos ler a situação como um último esforço dos grande capitalistas de tentarem lucrar o máximo possível. Enquanto isso, a população trabalha e morre, personificadas em engrenagens a serviço da grande máquina do capital.
Pode-se observar a mesma situação ao redor de todo o mundo. A burguesia tem promovido uma reabertura geral em situações completamente inviáveis. No Brasil, por exemplo, o comércio em Santa Catarina foi aberto. Por conseguinte, o número de infectados aumentou exponencialmente em poucas semanas. Além disso, já existem planos de reabertura em outros estados, como por exemplo São Paulo e também o Distrito Federal.
A população deve mobilizar-se para impedir que esses avanços verdadeiramente genocidas sejam efetivados. Devemos nos colocar como frente combativa e contrapor completamente essa política enunciado pela burguesia. Finalmente, é o que os companheiros do Chile disseram: se podemos sair para trabalhar, podemos sair para nos manifestar. E é exatamente isso que devemos fazer, ir às ruas e garantir o direito de plena quarentena para todos, com condições dignas asseguradas por parte do poder estatal e dos órgãos públicos.