No Estado do Rio Grande do Norte, o decreto da governadora Fátima Bezerra sobre o lockdown de mais 7 dias provocou a ferocidade com que as federações empresariais que, criticam adiamento da reabertura e deverão acionar o TJRN Tribunal em busca de “justiça” contra quem colocou a segurança da população sobre a busca desenfreada do lucro.
Falam em impedimento da governadora. É nesse sentido que a direita agita dois processos de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (Alern). Ocorre que o lockdown deveria ter acabado dia 24, e os capitalistas estavam contando que iniciasse já, no dia 25, a abertura acelerada, aos moldes do que feito em Maranhão e Pernambuco. Mas, Fátima surpreendeu e decidiu manter a medida.
Um cálculo é apresentado. Segundo as Federações, mais de 12 mil empresas devem fechar por conta dos prejuízos econômicos causados nos 102 dias da pandemia do novo coronavírus. Verdade é que querem promover demissões e alega que “muitas empresas, para manter a situação financeira estável, precisaram realizar demissões”.
Os gritos e choros preparam o impedimento. A informação foi confirmada pelo empresário Eudo Laranjeiras, presidente da Fetronor. “Não podemos esperar mais sete dias para o início da reabertura. Neste momento, o setor jurídico das Federações está trabalhando para ver como construir a peça”, disse Laranjeiras.
Em que pese o decreto de lockdown da governadora estendido por mais uma semana, a população pobre do Rio Grande do Norte, assim como em todo o Brasil, permanece totalmente vulnerável ao vírus. Ou seja, sem direito a atendimento médico, uma parcela considerável dos trabalhadores, principalmente os que moram na Zona Norte de Natal, não têm condições de enfrentar o coronavírus em suas residências bastante precárias, onde nem saneamento existe.
A bem da verdade, por outro lado, Fátima Bezerra é uma das poucas governadoras que o Partido dos Trabalhadores conseguiu eleger em 2018. E também a única mulher a frente de um Estado e, sob muitos aspectos, a que se situa mais à esquerda dentre todos os governadores.
Diferentemente de muitos políticos do PT, esteve envolvida na luta pela liberdade de Lula e na luta contra o golpe de 2016 e não fez campanha aberta pela reforma da Previdência, como fez o governador baiano Rui Costa (PT).
E, aqui chegamos ao cerne da questão, Fátima Bezerra está sendo alvo de um processo de impeachment e da mobilização de setores da extrema-direita que querem sua derrubada. Setores expressivos da Polícia Militar conspiram diariamente contra o seu governo e chegaram a assassinar seu segurança particular.
