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O "amor" pela educação

Capitalistas do ensino querem a volta as aulas a qualquer custo

No país onde o ensino público é relegado pelos governantes, eis que resolveram "se importar" com a educação durante a pandemia de covid-19. Qual é o verdadeiro motivo?

A hipocrisia é uma das principais características da propaganda e da comunicação governamental burguesa. O motivo para isso é simples: os governos não podem falar a verdade. Caso revelem que atendem aos interesses dos banqueiros e grandes capitalistas, rapidamente a maioria esmagadora da população iniciaria revoltas ou mesmo revoluções em todos os lugares. A imprensa capitalista, da mesma forma, age para dissimular o interesses dos seus patrocinadores e ao mesmo tempo manter uma aparência de seriedade e preocupação social. Nada mais cínico. A burguesia, os seus governos, assim como o próprio Estado não sobreviveria uma única semana sem as mentiras contadas diariamente pela sua imprensa.

A “pérola da vez” do jornalismo “sério” e dos governos dos banqueiros é a precupação com as escolas fechadas. Eis que todos resolveram “lutar” pela educação. Afinal, como disse Cristovam Buarque: “um país só pode se desenvolver através do investimento na educação”. Ele só esqueceu de contar na sua campanha eleitoral presidencial que no seu governo ocorreu a maior greve da história das escolas públlicas do Distrito Federal (por falta de investimento na educação pública).

Tamanha “preocupação” com a educação não parece verossímil no mesmo país onde a burguesia de conjunto e toda imprensa capitalista se unificou para dar um golpe de Estado em 2016, para em seguida cancelar a lei que previa o destino de 75% dos royalties do pré-sal para a educação. Também não parece ser o mesmo país onde aprovaram em seguida o congelamento nos gastos públicos por 20 anos, relegando a educação pública a um “estado de calamidade permanente” devido à falta de servidores, impossibilidade de novos concursos, falta de verbas para investimento e manutenção da infraestrutura, assim como falta de verbas de custeio do ensino para despesas corriqueiras como materiais de limpeza, materiais didáticos etc. Isso tudo para não falar no quadro que já era grave de baixos salários para os professores e servidores, superlotação das salas de aula, grande evasão escolar, entre outros problemas históricos da educação brasileira.

A pandemia do Covid-19 deve ter “mexido com a cabeça” desses governantes e da imprensa, que antes defendia com “unhas e dentes” todas as medidas de ataque à educação pública. Agora, resolveram defender desesperadamente a VOLTA ÀS AULAS SEM VACINA. Para isso, alegam estarem preocupados com os grande prejuízos educacionais. Afinal, gerações de alunos ficarão prejudicadas por um ano praticamente perdido. Algo que faria bastante sentido não fosse as milhares de vidas que serão perdidas para sempre, caso as aulas retornem sem vacina. É mais do que óbvio que a escola, além dos estudos já divulgados sobre essa possibilidade, seria um foco permanente de contágio do coronavírus entre alunos, professores, servodores, pais etc representando um aumento significativo de mortes para a população como um todo. Uma vez que a transmissão do vírus não se dará apenas na escola, mas no transporte público (que ficará ainda mais cheio).

A repentina preocupação com a educação não pode ser explicada pela educação em si, mas somente pelo impacto econômico que representa a manutenção das escolas fechadas.

“A suspensão das atividades escolares provocada pela pandemia do novo coronavírus deve causar impactos na economia mundial que podem durar até o final do século e pode levar a uma perda ao longo deste período de, na média, 1,5% na economia global. Essas são algumas das constatações de relatório divulgado nesta terça-feira, 8, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).” (terra.com.br 08/09/20).

Segundo a OCDE, a suspensão das aulas levarão a perdas na cadeia produtiva em todo mundo a médio e longo prazo. Tal informação, pode ser um indício da preocupação. Porém, há outros dados que podem explicitar ainda mais o problema.

“O Semeei, sindicato que representa as escolas de educação infantil de São Paulo, prevê que 80% dos colégios particulares para essa faixa etária (dos 12 mil existentes no Estado) não consigam reabrir em setembro, quando deve ser autorizado o retorno presencial. “Elas não suportam cinco meses sem receita, são todas empresas pequenas, a minoria tem reserva”, diz o presidente do Semeei, Eliomar Rodrigues.” (Estadão, 21//07/20).

Ou seja, tal informação é um indício do enorme prejuízo no setor privado de ensino brasileiro, que vai das creches até o ensino superior e que representa uma fatia enorme de lucro não apenas para pequenas empresas, como afirma o jornal, mas para grandes empresários e até banqueiros que enriqueceram no país às custas das medidas de privatização do ensino que vêm  sendo tomadas desde a ditadura militar.

A pressão desses setores sobre os governos estaduais e municipais é enorme e por isso estes, assim como a imprensa golpista resolveram se “preocupar” com a educação. Não é possível, ou não faz sentido voltar as aulas nas escolas privadas enquanto as escolas públicas permanecem fechadas. Daí, o impasse para a questão.

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