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Crise e desemprego

Capitalistas demitiram quase 8 mil em São José dos Campos (SP)

A situação de desemprego, fome e miséria para os trabalhadores é o resultado da falência do capitalismo. É preciso reagir diante dessa situação.

O ano de 2020 apresenta uma grande oportunidade para aqueles que querem compreender o sistema capitalista. O aprofundamento da crise econômica, social, sanitária e de saúde em todo mundo revelam não apenas o sistema capitalista completamente vulnerável diante de uma pandemia, como também revela um sistema falido que empurra a humanidade cada vez mais para uma situação insustentável do ponto de vista social e político.

As mazelas do capitalismo, que já se manisfetavam com grande força antes da pandemia, agora mostram cada vez mais a sua face perversa. O desemprego crônico tem empurrado cada vez mais parcelas mais amplas da população em todo mundo para a pobreza, para a miséria, para a fome e para a indigência. No Brasil, há pela primeira vez na história, desde que é medido tal índice, mais trabalhadores em idade ativa sem carteira de trabalho assinada do que trabalhadores empregados.

A primeira medida tomada pelos capitalistas é despejar a crise os ombros do trabalhador. Não há sentimentos de solidariedade ou qualquer coisa que o valha quando se trata de manter os níveis de lucratividade da empresa. Mesmo numa situação de pandemia onde dificilmente um trabalhador conseguirá se realocar no mercado de trabalho, a política das empresas é demitir, reduzir os salários e tudo aquilo que for preciso para que o “bolso” da burguesia continue cheio como sempre.

São José dos Campos é uma cidade localizada no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, que exemplica bem o estado de putrefação do capitalismo. A cidade é um dos maiores polos industriais do país. Além de possuir indústrias automobilísticas como a General Motors, a cidade é centro da indústria aeronáutica brasileira através da Embraer e das indústrias fornecedoras. A produção industrial da cidade, que garantiu lucros altíssimos para os patrões há décadas, não foi suficiente para manter os postos de trabalho nas fábricas e em outras atividades econômicas como no comércio, segundo os números oficiais da prefeitura.

“Em São José dos Campos, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram 7.783 postos de trabalho perdidos até o mês de setembro de 2020. Mesmo antes da pandemia, das 25 cidades do Vale no ranking estadual do emprego, São José ocupava a pior colocação. O resultado ocorreu após mau desempenho da indústria em 2019.” (Jornal “O Vale”, 09/11/2020).

As grandes fábricas de São José dos Campos deram uma boa contribuição para os números das demissões. Somente a Embraer, abriu um PDV (Programa de Demissão Voluntária) com a meta de demitir 2.500 funcionários. Como 1600 aderiram ao PDV, a empresa demitiu mais 900 para completar a meta alcançada. Ou seja, aqui fica claro o que é o PDV: uma demissão disfarçada pelo fato de que os trabalhadores acabam coagidos a aderir ao programa com o medo de serem demitidos sem qualquer contrapartida.

A General Motors também abriu Programas de Demissão Voluntária em todas as plantas da fábrica em São José dos Campos sob a ameaça de novas demissões. A empresa não poupou 43 aposentados ou trabalhadores afastados por doenças ocupacionais que foram demitidos. Para fazer demagogia com os operários, a empresa ofereceu um carro para os mais antigos que aderirem ao PDV, como se isso fosse uma alternativa para um pai ou mãe de família sem emprego. Diversas outras empresas metalúrgicas como a Hitachi, fabricante de ar-condicionado, demitiram trabalhadores.

A lógica dos capitalistas é uma só, manter a lucratividade das empresas a qualquer custo, mesmo que seja com a vida dos operários. As empresas preferem “descartar” os trabalhadores num quadro de desemprego onde dificilmente vão conseguir se realocar, a reduzirem a jornada de trabalho sem redução de salários, que é o que deveria ser feito para garantir a existência do trabalhador e sua família.

O governo Bolsonaro, assim como o governador de São Paulo João Dória (PSDB), assim como o prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth (PSDB) são sócios dos empresários no ataque contra os trabalhadores. Todos eles oferem isenções fiscais fartas para as empresas sob a justificatificativa de que elas seriam importantes para manter os empregos, quando os capitalistas embolsam as vultosas quantias e demitem da mesma forma na primeira movimentação do mercado. Um exemplo disso é a MP 936 de Bolsonaro, que transferiu enormes quantias para pagar parte dos salários para as empresas que reduziram ainda mais os valores dos salários e demitiram também em massa. Isso, para não falar dos empresários que embolsam os valores e recebem pelos salários de funcionários que já foram demitidos.

Um fato marcante nesse quadro de desespero para os trabalhadores é o papel negativo das organizações que deveriam defender os trabalhadores, como é o caso do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado ao PSTU e à CSP-Conlutas. O sindicato não apenas está de “quarentena” enquanto os trabalhadores estão sendo demitidos, fazendo assembleias de “mentirinha” online etc, não tomou iniciativas para mobilizar os trabalhadores contra tais demissões, como fez o papel ridículo de levar os trabalhadores a acreditarem que a justiça iria garantir os seus empregos ou até mesmo, pasmem, Jair Bolsonaro. Isso mesmo. O sindicato fez um pedido para que o presidente aprovasse uma medida provisória que garantisse o emprego dos trabalhadores. O sindicato chegou a negociar a retirada de trabalhadores que tinham ocupado a fábrica numa tentativa de resistir às demissões e que acabaram saindo sem nada de concreto. Algo surreal para um partido que se diz revolucionário.

O quadro de desemprego e desespero para os trabalhadores de São José dos Campos só mudará através da mobilização independente dos trabalhadores contra os patrões e os seus lacaios.

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