A Folha de S. Paulo, em seção chamada Painel S.A, que dá voz à classe patronal, dos empresários, ditada explicitamente por essa camada privilegiada da sociedade de classes que esmaga a a classe trabalhadora de conjunto, noticia em tom de ameaça dizendo que se a burguesia não obtiver seus lucros obscenos que se propõe haverá demissões em massa em todo País.
O primeiro ponto da coluna, que é no mínimo asquerosa, aponta que “presidentes de grandes empresas”, isto é, os grandes monopólios da indústria estiveram observando os planos eleitorais do governo Bolsonaro e houve uma insatisfação generalizada dos sanguessugas da população. Segundo esses capitalistas, a pauta eleitoral do governo golpista é uma perca de tempo e não se propõe a solucionar a crise capitalista que se agrava com a pandemia.
Segundo a coluna do jornal golpista, o governo fez o primeiro passo para “recuperar a economia”, que é curiosamente a aprovação do auxílio emergencial. Isto é, a burguesia apoia o auxílio tal qual ele está posto, um valor de esmola e extremamente difícil de conseguir ver esse dinheiro na mesa do trabalhador. O auxílio freia a convulsão social que é latente na situação política, para a burguesia, coisa que é extremamente necessária para seguir com a política de rapina contra o povo.
Mas segundo os capitalistas, a “segunda marcha” para “salvar a economia” não é colocada em prática: salvar os lucros obscenos das empresas. O que eles traduzem como “salvar a economia”. Sendo que na verdade as empresas que a coluna chama de “multinacionais”, isto ´é, os monopólios, não estão lucrando como antes devido à crise, mas nunca deixaram de lucrar. E isso fica explicito na coluna “S.A” da Folha, já que mesmo responsabilizando o governo, a burguesia ameaça não o Bolsonaro, mas os trabalhadores.
Mostra, em primeiro plano, que essa classe parasitária não está disposta a confrontar de fato o governo Bolsonaro, como pensa setores pequeno-burgueses da esquerda, mas sim jogar todo peso da crise capitalista nos ombros da classe trabalhadora. Inclusive, a própria coluna faz questão de citar o caso da Renault no Paraná, onde 720 trabalhadores foram demitidos pela classe patronal da noite para o dia, onde teve uma greve à revelia do sindicato para impedir as demissões. O que a burguesia está dizendo afinal é: isto vai se intensificar.
É necessário que os trabalhadores deem o troco na mesma moeda, intensificando as greves em todas as categorias que forem ameaçadas por esses parasitas do povo que é a burguesia.