Constantemente a classe trabalhadora é reprimida pelo sistema capitalista. No campo, a prática de opressão é ainda pior e mais visível, em especial as mulheres, que, além de possuírem uma jornada de trabalho dupla, recebem menos que os homens que desempenham a mesma função.
No dia 15 de outubro, data definida pela Organização das Nações Unidas (ONU), é comemorado o Dia Internacional das Mulheres do Campo. Para analisar a relação que elas possuem com a profissão que exercem, um estudo foi realizado, em 17 países, pela Corteva Agriscience, divisão agrícola da empresa estadunidense DowDuPont. Foram 4.157 mulheres entrevistadas, em cinco continentes, sendo 433 brasileiras, nas diversas regiões do país.
Quando questionadas pela pesquisa sobre a equidade salarial, 50% afirmaram que recebem menos que os homens que desempenham a mesma função. No que se refere ao poder de decisão sobre a distribuição de renda na agricultura e no cultivo, 62% afirmam não ter oportunidade para expressarem seus posicionamentos.
A respeito da disparidade entre gêneros, 78% das trabalhadoras do campo afirmam que são discriminadas no agronegócio. 58% delas ressaltam também que as oportunidades não são iguais para homens e mulheres e pelo menos metade não se considera bem-sucedida quando em comparação com o sexo oposto.
Para 63% das mulheres, avanços foram percebidos nos últimos 10 anos de trabalho, no que se refere a igualdade entre os gêneros. Ainda assim acreditam que a disparidade é existente e perceptível, não acreditando que serão valorizadas, tão logo, da mesma forma.
Sobre a satisfação com as atividades desempenhadas, 90% diz ter orgulho da profissão que exerce, seja no campo ou na indústria agrícola. Todavia o saldo brasileiro ainda é bastante negativo, segundo o estudo, em comparação aos outros países analisados. A discriminação entre os gêneros, no país, apenas nesse ramo, é 66% maior que a média mundial.
Com o aprofundamento do golpe, os ataques a classe trabalhadora se tornaram ainda mais intensos, principalmente aos trabalhadores do campo, em especial as mulheres. Também sofrem os efeitos dos golpistas as organizações de luta, a exemplo do MST e de lideranças populares. Nesse sentido todos devem se unir em torno da luta contra os retrocessos impostos pela direita, através de amplas mobilizações populares.
No que se refere aos direitos das mulheres, em especial as trabalhadoras do campo, é preciso a compreensão de que as desigualdades presentes são frutos da exploração imposta pelos capitalistas. Com dupla jornada de trabalho e renda inferior, são brutalmente reprimidas e colocadas em condição de inferioridade. Nesse sentido a igualdade entre os gêneros só será plenamente alcançada com o fim do capitalismo.