O novo relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado nesta quinta-feira (19/9), voltou a reduzir a previsão de crescimento econômico europeu e mundial. A advertência do relatório é clara: se as previsões se confirmarem, serão as taxas de crescimento mas baixas desde a crise financeira de 2008.
Por meio de sua economista chefe, Laurence Boone, a organização afirmou que “o crescimento lento está se consolidando de maneira preocupante”, e que talvez isso não seja apenas o final de um ciclo mas uma era, onde o crescimento fica retido em nível muito baixo.
As previsões, que já eram desanimadoras no início do ano, na casa dos 3,5%, agora não passam de 3% para os próximos dois anos. Para a zona do Euro, elas ficam em torno de 1%. Se a Inglaterra sair da União Europeia sem acordo, o crescimento na ilha pode ser de apenas 0,9%. As perspectivas sobre a Alemanha – país mais industrializado da Europa – para 2019 e 2020, são ainda piores – na casa de 0,5%.
Tudo isso é catastrófico para a população como um todo, inclusive para os 5-10% mais ricos do planeta – única faixa que continua a sentir uma aumento de renda. As tensões políticas mundiais que se intensificaram a partir de 2008 não se acalmaram. Foi a partir desta crise que se viram as “primaveras” árabes e uma intensificação dos golpes de estado imperialistas, bem como a crise das democracias burguesas e ascensão da extrema-direita, além do acirramento das guerras econômicas etc. Um aprofundamento da pobreza e da desaceleração econômica produzirá tensões ainda mais difíceis de serem resolvidas.