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Contra a crise

“Capitalismo humanitário”: inviável e impraticável

O presidente da Argentina defendeu um modelo de capitalismo "humano" contra a crise

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, em conferência na Comissão Econômica para América Latina (CEPAL), defendeu que é preciso a construção de um “capitalismo humanitário”.

Segundo Fernández,

“a pandemia é muito mais que uma enfermidade que está cobrando vidas: ela deixou descobertas as insuficiências de um sistema”

e complementa que apenas por meio de um “capitalismo humano” poderá se combater a desigualdade.

A posição de Fernández mostra o nível de ilusão de setores da esquerda burguesa com a crise atual e o capitalismo em geral.

Fernández é um representante de um setor da burguesia argentina que foi eleito com o apoio da esquerda. De qualquer forma, sua posição expressa bem as crenças da esquerda no capitalismo.

Antes de analisar a ideia de Fernández, é preciso dizer que a declaração de Fernández expressa uma situação bastante concreta: a profunda crise econômica capitalista, que foi agravada com a pandemia, está levando a uma situação catastrófica no mundo todo, mas em particular nos países atrasados como a Argentina.
Fernández procura dar resposta a essa crise, buscando uma solução por dentro do próprio capitalismo.
O capitalismo “humanitário” é uma tentativa de convencer os capitalistas a não serem tão parasitários. Teríamos que depender da boa vontade dos capitalistas para que sejam mais “humanos” com os milhões de pessoas que vivem na miséria.
Acreditar nisso é ignorar justamente que são os capitalistas que faturam com a crise, ou melhor, com a miséria das pessoas. O sofrimento do povo é a condição para a sobrevivência do capitalismo. Um exemplo interessante é a própria indústria farmacêutica, que no momento da pandemia mortal, está faturando em cima da desgraça global.
Outro exemplo bastante claro são as demissões que vêm crescendo com a crise. Os patrões, para manter seus lucros, estão demitindo e atacando direitos e as condições de vida da população.
O “capitalismo humanitário” de Fernández é uma espécie de reformismo. Ou seja, melhorar o capitalismo, dando certas condições para a população. No momento de maior crise como a que vivemos o reformismo é ainda mais inviável do que era, por exemplo, no início do século XX.
Qualquer política minimamente reformista está sendo atacada pelo imperialismo justamente porque é incompatível com o capitalismo. Diante de uma crise da proporção que vivemos, os capitalistas só têm a opção de aumentar os ataques contra os trabalhadores para garantir seus lucros.
Os golpes de Estado nos países da América Latina e outros são bons exemplos de qual é a política do imperialismo diante da crise. Os governos nacionalistas que promoveram mudanças bastante insuficientes foram derrubados para serem substituídos por governos que estão colocando em prática uma política de devastação econômica.

E é preciso dizer ainda que qualquer política que procure ser uma alternativa à devastação capitalista entrará em choque com os capitalistas, o que irá exigir cada vez mais uma política de ruptura com o capitalismo. No frigir dos ovos, o que está colocado é que ou se enfrenta os capitalistas diretamente, expropriando os capitalistas, a ponto de colocar em xeque o próprio regime político e o sistema capitalista, ou a burguesia vai avançar contra o povo, aumentando a expropriação dos trabalhadores.

Não há, de fato, uma política de meio termo. A única saída é uma política que coloque em xeque o próprio capitalismo, que exproprie a burguesia e garanta conquistas para as amplas massas.

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