O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, atualmente comandado pelo bolsonarista Ernesto Araújo, ainda não reconheceu oficialmente a reeleição de Evo Morales, eleito pelo povo boliviano na última quinta-feira (24). Morales, integrante do Movimento ao Socialismo (MAS), obteve cerca de 10,5% de votos a mais que o segundo colocado, o direitista Carlos Mesa, da aliança Comunidade Cidadã, o que lhe garante a vitória em primeiro turno. Por meio das redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores publicou a seguinte mensagem:
Considerando-se as tratativas em curso entre a OEA e o governo da Bolívia para uma auditoria completa do primeiro turno das eleições naquele país, o Brasil não reconhecerá, neste momento, qualquer anúncio de resultado final.
O não reconhecimento da vitória de Evo Morales, no entanto, não passa de mais um golpe armado pelo imperialismo. Assim como fez em vários outros países do mundo, o imperialismo está financiando manifestações da extrema-direita boliviana para tentar inviabilizar o governo de Evo Morales. Não há qualquer motivo para a Organização dos Estados Americanos (OEA) propor um segundo turno na Bolívia – Evo Morales venceu com ampla vantagem e nenhuma fraude foi comprovada.
Ernesto Araújo, que comanda o Ministério das Relações Exteriores, é, por sua vez, um funcionário do golpista Jair Bolsonaro, capacho do imperialismo e beneficiário de uma das fraudes eleitorais mais descaradas da história. Bolsonaro só chegou ao poder porque a direita, em uma conspiração revelada ao mundo pelos vazamentos do portal The Intercept Brasil, cassou os direitos políticos do maior líder popular do país, o ex-presidente Lula. Bolsonaro que é uma fraude – não tem qualquer legitimidade para contestar as eleições de um país como a Bolívia, que reelegeu para a presidência da República uma liderança histórica do movimento popular boliviano.
A tentativa do imperialismo de contestar as eleições em um país latino e o consequente alinhamento por parte do governo Bolsonaro é recorrente. Desde o início do ano, a direita vem tentando derrubar o governo venezuelano de Nicolás Maduro, Por isso, é preciso organizar um amplo movimento de massas para expulsar as aves de rapina do imperialismo do continente. Fora imperialismo da América Latina!