Ao que parece, a crise que se apresenta no sistema capitalista é maior do que a imprensa golpista mostra. Um fator recente dessa crise pode ser vista em Israel, onde, as vésperas de eleições, o primeiro ministro Binyamin Netanyahu parece desesperado para conseguir mostrar legitimidade frente ao apoio do imperialismo norte americano.
O premier israelense vem, desde o começo do ano, tentando capturar a atenção da burguesia, e nesse jogo vale tudo. Vale até mesmo receber um dos líderes de governo mais criticados do mundo, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Além de reforçar o caráter de extrema direita do governo israelense, a visita é um reforço significativo de propaganda para o atual governo. Netanyahu, recentemente, envolvido em toda sorte de denuncias de corrupção, pretende solidificar a imagem de que ele é o preposto do imperialismo na região, promovendo as recentes visitas de Trump, e seus empregados, como Mike Pompeo e Bolsonaro.
Quanto ao presidente brasileiro, o vexame de sempre. Sem poder político de fato, e incapaz de efetivar a mudança da representação diplomática brasileira para Jerusalém, Bolsonaro muda apenas o escritório de negócios para a cidade, o que tem reflexo direto nos negócios brasileiros na região.
Como Israel e os demais países árabes não têm necessariamente boas relações, esse movimento representa mais uma pedra no sapato dos golpistas burgueses, que a cada dia veem sua participação na economia do Oriente Médio diminuir, podendo chegar a números tão baixos quanto o QI do atual ocupante do Palácio do Planalto.
E não parou por ai. Bolsonaro ainda causou mais dois “incidentes” diplomáticos sérios. Se negando a interagir com a representação palestina, e evitando, até mesmo visitar a região, o presidente trapalhão acirra ainda mais a tensão entre palestinos e judeus, chegando ainda ao extremo das provocações, ao visitar de maneira inédita o “Muro das Lamentações”, considerado lugar sagrado para o judaísmo, que é território palestino ocupado por Israel ilegalmente desde 1967.
De fato, o imperialismo está em decadência. Com representantes do naipe de Bolsonaro ganhando protagonismo, servindo de muleta diplomática para outros chefes de estado conquistarem o prestigio de Washington, seremos obrigados no futuro a importar ao menos uma coisa da famigerada “terra-santa”: um muro das lamentações. E golpistas, é melhor já ir reservando lugar, por que vai lotar…