Um pouco mais de dois anos depois da derrubada da presidenta Dilma Roussef por um golpe de Estado, o “maravilhoso novo mundo” prometido pelos golpistas evaporou como as águas de uma salina.
Os golpistas almejavam inundar o Brasil com os “dólares que viriam a rodo” especular com a liquidação da economia nacional, com as privatizações e com a entrega das riquezas nacionais. O problema é que sempre existe uma diferença entre os objetivos e a realidade que se impõe.
Hoje, poderia-se apontar que o Brasil está muito mais para uma Argentina do que para a ilusão narcotizada da direita brasileira e do próprio imperialismo em transformar o país no paraíso da especulação.
Não apenas os golpistas não conseguiram recuperar a economia para parâmetros semelhantes ao período anterior ao desmonte deliberadamente realizado, com o fim de ser uma das justificativas para o golpe, como o que se avizinha para um futuro próximo é a combinação de um cenário dos mais catastróficos para a burguesia mundial, uma mistura de inflação com estagnação econômica.
Nos últimos dias o Banco Central projetou um recuo em mais de 1% no crescimento do PIB para 2018, de insignifcantes 2,6% para pifiamente insignficantes 1,6%.
Para agravar ainda mais os indicadores econômicos, a cotação do dólar se aproxima dos R$ 4,00, mesmo com a intervenção massiva do governo no mercado com a venda das reservas internacionais do país. Analistas estimam que de maio para cá, o governo tenha inudado o mercado com cerca de R$ 40 bilhóes de dólares, algo superior a 10% das reservas da moeda no pais.
Mesmo com a intervenção do governo, a precária estabilização alcançada se situou em patamares superiores ao início do agravamento da crise, com a greve dos caminhoneiros. Se em maio a valorização da moeda estrangeira ante o real se se situou na casa dos 7,35% , algo em torno de 3,767 reais por dólar, a barreira dos R$ 4 por dólar é uma realidade já admitida no mercado financeiro.
Como resultado direto da elevação do dólar, a estimativa da inflação para o ano de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), saltou de 3,8% para 4,2%, o que já fez o Banco Central sinalizar com a interrupção da queda da taxa básica de juros (selic) e até mesmo um possível aumento no futuro.
Nuvens muito carregadas pairam sobre a cabeça dos golpistas, afinal a crise está assentada por um lado na crise mundial, que não dá sinais de arrefecimento, muito ao contrário, está ditada por outro lado pelo próprio cenário nacional diante da incapacidade dos golpistas em apontar uma mínima reversão da situação com um governo absolutamente incapaz, um verdadeiro moribundo assustando com as “almas” do Palácio da Alvorada, e pelo próprio impasse diante de uma candidatura do golpe que seja capaz de levar a termo o plano dos donos do golpe.