Às vésperas do colapso total do seu sistema de Saúde, o Rio de Janeiro vive uma situação dramática. O segundo Estado mais rico do país é o retrato vivo, sem retoques, da situação de caos vivenciada pela saúde pública nacional, motivada pela crise epidêmica do coronavírus, que assola todas as regiões brasileiras,
Todos os hospitais da capital e também do estado estão muito próximos do seu limite de ocupação, tanto no que se refere às internações em leitos de enfermaria, quanto aos leitos de UTI’s, onde estão os pacientes em situação mais crítica, como resultado da infecção pela Covid-19. Este é o quadro dos hospitais e unidades de saúde das três esferas (federal, estadual e municipal) espalhados por todos os municípios do estado e que se encontram em situação de esgotamento quanto à disponibilidade para receber pacientes infectados com sintomas graves
Não há qualquer dúvida que esta situação – que se verifica em todos os estados da federação – é o resultado da política criminosa de desmonte, ataques e destruição a que vem sendo submetida a saúde púbica do país, iniciada com a operação golpista de 2016. Logo após o golpe, o vice traidor Michel Temer encaminhou ao Congresso a PEC nº 95, congelando investimentos nas áreas sociais por 20 anos, atingindo principalmente a saúde e a educação.
No estado fluminense, a situação está potencialmente agravada pela política criminosa que vem sendo implementada pelo governador direitista Wilson Witzel, que se especializou no assassinato da população pobre das comunidades carentes da capital. Enquanto se preocupa com o extermínio nos morros, favelas e periferias da cidade, Witzel deixa em situação de abandono a saúde pública estadual, colapsada não só pelo aumento vertiginoso dos casos de infecção pelo coronavírus, mas principalmente pela política de completo descaso das autoridades, que assistem, inertes, a elevação do número de infectados e doentes.
Os números falam por si só e não há o que contestar. No domingo, dia 19, os números registraram “951 pessoas hospitalizadas em toda a rede pública, o que abrange os sistemas municipal, estadual e federal, sendo 256 em UTI”. “Já no estado, considerando qualquer tipo de atendimento, 60% dos leitos de enfermaria e 74% de UTI estão ocupados”. “De acordo com o último boletim da Secretaria estadual de Saúde (SES), o Rio tem registrado 402 óbitos e 4.675 casos confirmados de Covid-19” (O Globo, 19/04).
O Rio de Janeiro expõe com toda a dramaticidade a situação da saúde pública nacional, destroçada pela política dos golpistas, que retiram direitos do povo trabalhador, destinando os recursos públicos que deveriam ser empregados na saúde, aos capitalistas, ao empresariado, aos setores parasitários do grande capital.
A devastação que a epidemia do coronavírus vem causando ao país coloca na ordem do dia a necessidade de um amplo movimento nacional de luta da classe trabalhadora, da população explorada e das massas populares para a derrubada do governo fraudulento e golpista de Bolsonaro, dos militares e do grande capital nacional e imperialista.