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A favor da repressão

Candidato do PSOL, coronel da PM apoiou intervenção militar no RJ

A candidatura de um Coronel da PM, pelo PSOL, é uma manifestação não apenas de oportunismo eleitoral, como de compromisso com o regime político burguês

O Coronel reformado e ex-Comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Íbis Pereira, apoiou a intervenção militar do regime golpista ocorrida naquele Estado em 2018. O tema veio novamente à baila por ser o Coronel o escolhido para ser candidato a vice-prefeito da cidade do Rio de Janeiro pelo PSOL nestas eleições. Essa posição do Coronel, assim como muitas outras que defende, o revelam como um elemento da direita infiltrado na esquerda, revelam também a integração e o compromisso do PSOL com o regime político burguês.

O Coronel Íbis, conhecido por ser contrário à palavra de ordem de dissolução da PM e por defender esta instituição e seus membros, assassinos do povo pobre e negro, em entrevista ao golpista El País em março 2018 afirma que: “A intervenção é uma tragédia, mas discordo daqueles que dizem que temos que fazer oposição a ela”. Segundo ele a intervenção era um fato consumado e que deveria ser tornada algo positivo, “fazer do limão uma limonada”.

Ou seja, não se tratava naquele momento de lutar com todas as forças contra a intervenção militar, um crime bárbaro, selvagem, um massacre contra o povo pobre e negro do Rio de Janeiro, uma política com caráter segregacionista inclusive, promovido pelos golpista que assaltaram o poder dois anos antes. Para o ex-comandante tratava-se de tirar um saldo positivo para a segurança pública. Positivo para quem e que saldo pode haver da intervenção militar do Estado contra parte da população nacional, o Coronel não explica.

Do ponto de vista do povo pobre do Rio de Janeiro, o saldo da intervenção militar foi massacre, assassinato, violência; repressão. Na entrevista, esse cidadão, parte da cúpula do aparato de repressão Estatal mais violento do país, insinua que a intervenção poderia naquele momento abrir caminhos reformulação positiva na política de segurança pública:

“Mas o policial é um trabalhador, dentro da polícia há gente querendo mudar. Esse policial está morrendo. Precisamos entender o drama humano e encontrar a maneira de envolver esses agentes na mudança. A gente precisa compreender da população pobre que está morando dentro da favela, vítima de opressão da milícia, do policial e do traficante. E precisamos criar uma polícia efetivamente comprometida com a libertação dessas pessoas, e isso passa pelo empoderamento dessas comunidades”.

É naturalmente uma fraseologia vazia de qualquer conteúdo utilizada para defender o massacre do povo pelas forças de repressão Estatais, polícias e exército no caso, porém é importante notar a linguagem pseudo-esquerdista já utilizava o Coronel nessa época

Íbis Pereira, vendido como policial esquerdista, é um elemento de infiltração das forças de repressão e da direita na esquerda. Para uma uma instituição como a PM e para a burguesia e o regime político é fundamental criar elementos que amortecem o choque entre dois opostos como elemento de segurança.

O repúdio à PM assassina do senhor Íbis é profundo na sociedade, o que eleva a um choque crescente e cada vez mais profundo, a própria polarização nacional expressa esse repúdio da população contra o fascismo e por conseguinte contra a instituição fascista que é a PM. A palavra de ordem de dissolução da PM é hoje uma das mais populares na juventude, nos movimentos sociais e não mais uma palavra de ordem proibida como no passado.

Elementos como Íbis Pereira funcionam justamente para distensionar, no interior da esquerda, a situação de oposição absoluta  que cresce entre a os trabalhadores, o povo pobre e negro, os elementos democráticos da sociedade contra a PM fascista.

Para conter o ódio popular legítimo aparece, chancelado por um partido de esquerda, um indivíduo aparentemente de esquerda, para dizer e propagar na esquerda que polícia também sofre, que também é trabalhador, que dá reformar a polícia, deixa-la democrática, que é preciso dialogo com a PM etc,. Essa é a função destes elementos direitistas na esquerda, desarmar ideológica, política e praticamente os que querem lutar contra a opressão.

A esquerda ou setores dela oportunistas e eleitoreiros veem de imediato nesses elementos a possibilidade de lucrar eleitoralmente mesmo que tenham que adotar a sua plataforma política reacionária, mal disfarçada com palavras esquerdistas. Tem por política a imitação dos candidatos burgueses e o próprio bolsonarismo numa tentativa desesperada de ganhar votos à direita, para isso adotando pautas centrais da direita como a da “segurança Pública”.

Essa política da esquerda, notadamente do PSOL, temos o caso de Freixo que sempre foi um defensor da PM e dá debate da “segurança pública”, eufemismo para a política de repressão; de massacre que será imposto à população, se mais ou menos violenta a depender das circunstâncias, não é, contudo um mero golpe no vale-tudo eleitoral, mas a expressão da profunda incorporação e do compromisso desses partidos e setores da esquerda com a burguesia, com o regime político burguês e suas instituições reacionárias.

Nos momentos de maior radicalidade política, em que as classes tem um confronto mais direto, em que as instituições do regime aparecem mais visivelmente como instituições da classe dominante, as ideias semidemocráticas, esquerdistas, legalistas que agrupam setores da pequena-burguesia, como é o caso do PSOL, começam a se esfacelar, a prática já trai a ideia, nesse momentos de crise resta apenas os laços materiais e de interesses que ligam mais profundamente este setor social ou a burguesia, como é o caso do PSOL, ou a classe operária.

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