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Canadá: como o imperialismo “democrático” se alia a nazistas e promove o golpe e a invasão da Venezuela

Incrível que os fascistas não se importem mais em esconder suas ações para dominar mais uma vez o mundo. Não são apenas conservadores, como alguns se intitulam, a extrema direita é fascista. Saber, hoje, que o Canadá recebeu milhares de nazistas fugidos da Ucrânia, criminosos de guerra e que os pais da Ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland faziam parte dessa leva de ucranianos, apoiadores dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial, ajuda a entender as ações da ministra em relação à Venezuela.

Segundo Cameron Pike (The Saker, de 2/2/2019) ,

Nos anos 1960s, o governo da Polônia, ainda confiante em seu papel de principal flagelo do “sanduíche de carne” europeia que fora a 2ª Guerra Mundial, saiu à caça de apoiadores e simpatizantes nazistas que haviam destruído o povo polonês. Diferente do que os leitores da informação dominante têm licença para saber, líderes nazistas e da Waffen SS, editores e publicadores de Goebbels, também conhecidos como “propagandistas”, colaboradores de nazistas e assassinos pervertidos, trataram de trocar a Alemanha derrotada, pelos EUA [sob coordenação da CIA] e pelo Canadá, sob direção do MI-6. O Canadá recebeu cerca de 2.000 deles.”

                  Victoria Nuland

 

Não parece, então gratuito que a srª Freeland se alinhe a ex-subsecretária de Estado (e Embaixadora dos EUA na OTAN), Victoria Nuland, a mais alta funcionária do governo dos EUA na modelagem da política para a Ucrânia. Ela admitiu abertamente a uma conferência internacional comercial sobre a Ucrânia, em dezembro de 2013, que Washington” investiu mais de 5 bilhões de dólares para ajudar a Ucrânia a alcançar [o desenvolvimento de instituições democráticas] e outras metas.”

 

 

 

Essas outras metas tinham como objetivo principal promover um golpe de estado em Kiev, o que aconteceu em fevereiro de 2014. No golpe, tiveram um papel fundamental os grupos neofascistas dos quais a Ministra canadense parece ter relações afetivas e nos quais a ex-subsecretária dos EUA, srª Nuland, igualmente tinha afinidades ideológicas para além dos interesses econômicos. É importante lembra que Nuland é aquela que teve uma conversa com o embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt, vazada, na qual deixa claro que importam os interesses norte-americanos e que “dane-se a União Europeia” (literalmente “fuck the UE”).

Hoje, está claro que o golpe na Ucrânia somente foi possível por esse apoio dos dos EUA e porque o Pentágono tinham esperança de substituir o governo eleito por outro que levasse a Ucrânia para dentro da OTAN. O objetivo maior do golpe seria expulsar a Frota Russa no Mar Negro, dar fim às bases russas mantidas na Península da Crimeia há mais de 230 anos.

 

O que temos assistido é como os democratas, com exemplos maiores nos EUA e no Canadá, não hesitam em aliar-se e em apoiar nazistas para garantir o domínio militar e econômico no mundo. A senhora Freeland inventou, literalmente, o tal Grupo de Lima, e foi uma das que ajudou a inventar Juan Gerardo Guaidó Márquez que, hoje sabemos, tem sido preparado, junto com outros jovens (a chamada Geração 2007), há pelo menos uma década, para desestabilizar o governo venezuelano depois da ascensão de Hugo Chávez ao poder.

             Ricardo Luna e Fujimori

O Canadá assumir esse papel de liderar a derrubada do governo venezuelano visa a jogar com a opinião pública internacional, tirando os EUA da linha de frente e colocando países latino-americanos como parte interessada em ‘resolver a crise da Venezuela’. O tal Grupo de Lima foi uma invenção de Freeland, embora apareça como cabeça o chanceler peruano (ex-embaixador do Peru nos EUA), o conservador e Fujimorista Ricardo Luna Mendoza.

O grupo uniu governos alinhados aos EUA, com governos de direita principalmente, como Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

O que se tem hoje claro é que os nazistas/fascistas, disfarçados de meros (neo)conservadores, ou mesmo, de forma descarada, de defensores dos direitos humanos, patrocinadores da democracia, da liberdade, dominam as ações para derrubar governos de esquerda ou que contrariem interesses do imperialismo, dos detentores do capital. Não hesitam em usar toda e qualquer ferramenta para alcançar seus objetivos, inclusive o assassinato de cidadãos, ações terroristas, sem abandonar o financiamento e treinamento de seus serviçais que assumiriam papel chave após a derrubada dos governos alvo.

É preciso denunciar e expor os fascistas, do Canadá, dos EUA, da Colômbia, do Peru, da Argentina, do Brasil, de todos os lugares, deixando claro seus objetivos e suas estratégicas. Já temos manifestações em diversos lugares do mundo, inclusive na América Latina, mas no Brasil isso ainda é incipiente, mostrando que não entendemos ainda o que se coloca no horizonte.

Aliás, temos partidos de esquerda e supostas lideranças de esquerda fazendo o papel de enfraquecer as denúncias do golpe na Venezuela, do projeto para derrubar Nicolás Maduro e retomar o controle do petróleo e do ouro. Essa esquerda é uma desgraça para a luta anti-imperialista e deve ser também denunciada, suas analises equivocadas devem ser explicitadas e o papel que estão desempenhando contra o povo latino-americano deve ser demonstrado.

Alinhar-se à nazista Freeland tem todo o sentido para os Bolsonaros, mas não deveria ser um papel desempenhado por ninguém que se diga de esquerda. Hoje, mais que nunca, devemos nos colocar contra o imperialismo. Apoiar a invasão da Venezuela ou, que seja, a deposição de Nicolás Maduro hoje, é participar do roubo do petróleo e do outro dos venezuelanos, é dar apoio também à investida violenta contra o povo venezuelano, contra a esquerda venezuelana, é abrir as portas, definitivamente, para que os ianques voltem a intervir na América Latina quando e como quiserem.

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