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Política reacionária

Campanha de Biden usa “lugar de fala” para calar militante de Sanders

Para evitar críticas a Joe Biden, sua representante em debate diz que debatedora de Bernie Sanders não tinha "lugar de fala" para fazer essas críticas.

Um debate num programa da CNN, nos EUA mostrou como a direita se utiliza do identitarismo e do “lugar de fala” para atacar a esquerda. A cena bizarra ocorreu nas primárias do partido Democrata, reunindo a representante de Bernie Sanders, a senadora Nina Turner, com a representante de Joe Biden, Hilary Rosen.

No debate, Nina Turner citou uma carta famosa que Martin Luther King escrevou quando estava na cadeia chamada “Carta de uma prisão de Birmingham”. A carta afirma que é preciso se preocupar com os moderados brancos que “preferem a paz à justiça”. A citação foi realizada por Turner em relação a campanha de Joe Biden e seu desenvolvimento contra as camadas exploradas da sociedade.

Essa afirmação gerou um comentário, até engraçado, da representante de Joe Biden, Hillary Rosen. Rosen disse que Nina Turner não tinha “lugar de fala” para citar Martin Luther King, mas o detalhe chama a atenção, Turner é negra e Rosen é branca. Hillary Rosen disse que usar a citação de King “contra Joe Biden” era errado porque Turner não tinha “lugar de fala”.

O que ocorreu neste debate é um tanto quanto bizarro, mas serve para mostrar como a ideia de “lugar de fala” é algo reacionário que serve, basicamente, para intimidar ou evitar a discussão com base em opressão e censura a liberdade de expressão. No caso do debate, o “lugar de fala” da representante de Joe Biden serviu para acabar com discussão e a crítica de que Biden representa um setor da economia norte-americana que não está preocupada com a situação dos negros ou explorados, e sim em manter a situação atual, evitar conflitos ou polarização política. Com isso a discussão sobre a posição de Biden encerrou e tomou outro rumo.

O identitarismo é uma ideologia reacionária que somente beneficia a direita. Isso porque divide a população explorada em diversos segmentos e culpam a cor, o sexo ou o país, inclusive chegando ao cumulo de separar as pessoas negras em tons de pele para poder falar determinado assunto ou criticar pessoas. E quem sai favorecido da falta de discussão ou da censura: a direita.

A luta identitária favorece a burguesia pois procura um inimigo abstrato e sem base na realidade, como por exemplo, os homens ou os brancos ou os nordestinos, sem ver para o que serve à opressão e os verdadeiros beneficiados com essa política.

É preciso desmascarar de uma vez por todas com a política de “identitarismo”, “apropriação cultural” e “lugar de fala” pois somente servem para dissimular a luta contra os verdadeiros exploradores: a burguesia.

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