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Campanha contra Gleisi Hoffmann continua: burguesia usa ala direita para transformar o PT em um PSDB

A burguesia está usando todas as suas armas de manipulação para destruir Lula e todos aqueles que se colocam ao seu lado. E neste momento, o alvo preferencial dos golpistas é a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.

O problema é que quanto mais afunda o plano Bolsonaro, mais o fantasma de Lula cresce e apavora a burguesia. Ficou claro neste último carnaval a generalizada impopularidade de Bolsonaro e a força que Lula tem de mobilização popular, ainda que por meio de simples acenos.

A cada vez mais profunda polarização nacional – que ao contrário do que muitos tentam alardear, é extremamente positiva para a evolução política do Brasil, principalmente para os interesses da classe trabalhadora – demonstra a enorme dificuldade que os golpistas estão enfrentando para estabilizar o regime político brasileiro, após a destruição do equilíbrio centrista de forças que dominava o país desde 1988.

Já não resta nenhuma dúvida que o golpe de 2016 teve como objetivo intensificar a exploração do povo brasileiro, implantando um verdadeiro regime de superexploração no Brasil. O problema é que este projeto de intenso ataque à população depende de um regime político estabilizado, seja através da força bruta – com um governo francamente fascista e militar, ou seja, que não tenha mais qualquer compromisso com a mínima garantia individual ou possibilidade de organização popular – ou seja por meio de um regime político aparentemente democrático, em que a ausência de qualquer participação popular decisiva esteja acobertada por ares de normalidade institucional, uma ditadura velada.

Ainda que não seja possível descartar a possibilidade de fechamento radical do regime, a crescente revolta popular com o governo Bolsonaro está demonstrando que os custos – políticos e econômicos – da via “bruta” de estabilização do regime talvez estejam acima do que a burguesia possa afiançar, no momento. Com um governo central em crise, uma mobilização generalizada da classe operária, que é hipótese cada vez mais plausível, pode levar a uma situação incontrolável para a burguesia.

Para que a burguesia consiga levar avante seu projeto de completa rapinagem de nosso país, é imprescindível a destruição ou ao menos o completo controle do PT, o maior partido de massas do País, com uma gigantesca base operária que obriga o partido a se portar como uma pedra no sapato do imperialismo, mesmo que seja uma instituição absolutamente reformista.

Isso dificulta a execução plena do projeto golpista da burguesia imperialista. Para este projeto é que foi dado o golpe em 2016. Para este mesmo fim é que se executou a maior fraude eleitoral da história brasileira com a prisão de Lula e sua retirada forçada do pleito eleitoral de 2018.

Na situação política atual, Lula se contrapõe ao golpe, por expressar as reivindicações imediatas da classe trabalhadora, mesmo que ele tenha uma política de conciliação com a burguesia, até porque, com a polarização vivida no País, e devido à sua própria situação (passará os próximos anos na prisão), obrigatoriamente Lula se desloca à esquerda.

Por isso, tudo e todos que de fato estejam ao lado de Lula terão que ser implacavelmente perseguidos e totalmente neutralizados.

Por estes motivos, a burguesia está atualmente cooptando o máximo que pode entre os “cooptáveis” do PT, como Rui Costa, Wellington Dias, Camilo Santana, Humberto Costa, entre muitos outros carreiristas da ala direita do partido que somente usaram a popularidade do PT e de Lula como um trampolim político para seus projetos pessoais de conquista de cargos.

Assim, a burguesia busca dar um golpe por dentro do PT. Levar a um racha que “isole” Lula e os lulistas do Partido dos Trabalhadores, para que a ala direita controle totalmente o partido.

Querem inclusive fomentar um clima de divisão da própria militância e então colocar toda a culpa desta crise naqueles que mais defendem o ex-presidente Lula dentro do PT, ou seja, atualmente a própria presidenta do partido, Gleisi Hoffmann.

A tarefa imediata do golpe da burguesia dentro do PT é retirar Gleisi da presidência nas próximas eleições nacionais do partido.

É gente que ou joga nas sombras, levando no anonimato informações à imprensa burguesa, que logo publica notas cujas fontes são “grupo de governadores”, “diversas alas do PT” etc, sem nunca dar nomes aos bois. Ou vêm a público em ataques rasteiros, criticando publicamente decisões do partido, como fez Haddad ao questionar no El País sobre a ida de Gleisi à posse de Maduro, dizendo que não sabia “o que levou a Gleisi a ir para Caracas”.

Em resumo, para o golpe se consolidar no Brasil, a burguesia sabe que este golpe interno no PT tem que dar certo.

E isto sem esquecer que a ala direita do Partido dos Trabalhadores – cuja atuação política demonstra que são hoje de fato bolsonaristas infiltrados – dia após dia faz de tudo para produzir o mais profundo racha da história do partido, e então “herdar” uma legenda completamente reestruturada, que possa ser transformada facilmente em um PSDB. O mesmo foi feito durante a década de 1990 no Partido Trabalhista inglês, quando a ala direita tomou total controle do aparato partidário, cujo maior exemplo foi o governo de Tony Blair (o mesmo que apoiou os EUA nos bombardeios da Iugoslávia e nas invasões do Iraque e do Afeganistão). Somente agora esse partido está sendo, aos poucos, retomado pela ala esquerda, uma vez que a crise política britânica levou ao ascenso operário e as bases do partido conduziram Jeremy Corbyn à liderança, não sem brutais ataques da burguesia e da ala direita.

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