Movimentos de caminhoneiros anunciaram a decisão de parar as suas atividades a partir de meia-noite do dia 29 de abril por causa do aumento de R$0,10 no litro do diesel realizado na quinta-feira(18), da manutenção da política de reajustes constantes e do não atendimento de suas reivindicações.
Prevista para o dia 21 de maio, a paralisação foi antecipada. De acordo com Wanderlei Nunes, representante dos caminhoneiros, várias lideranças da categoria tomaram esta decisão: “A maioria dos grupos de caminhoneiros já decidiu pelo dia 29 de abril, tem uns ou outros que acham que é pouco tempo, que devemos esperar ainda, mas a maioria concorda sobre o dia 29 porque chegamos num ponto que não tem mais condições de trabalhar”. Para Wanderlei, a paralisação deverá atingir todo o Brasil assim como aconteceu no ano passado.
Os caminhoneiros deram à paralisação o nome de Onyx Lorenzoni, pois, de acordo com Wanderlei Alves, Lorenzoni foi o responsável por interromper o diálogo com os caminhoneiros. Wanderlei afirma que a categoria está aberta ao diálogo e espera uma resposta do governo. Segundo ele, se a expectativa dos caminhoneiros for atendida, a paralisação será cancelada. “Bolsonaro falou com os índios, será que vai conversar com a gente?”.
Do mesmo modo como ocorreu no ano passado, a mobilização dos caminhoneiros vem sendo feita pelos grupos de caminhoneiros do Whatsapp. Wanderlei Alves salienta que poderiam ser evitados os efeitos que a greve provoca na economia. Para ele, “o prejuízo da paralisação da economia é o valor que o governo poderia desembolsar para oferecer subsídio no diesel até que o piso mínimo do frete funcionasse para valer”.
O governo enfrenta uma enorme crise. Os golpistas brigam entre si. No dia 11 de abril, Jair Bolsonaro determinou que a Petrobras recuasse do aumento do preço diesel, conforme a empresa havia anunciado. Porém, seis dias depois da estatal recuar no aumento, na quarta-feira(17) foi anunciado pelo presidente da Petrobras um aumento de R$ 0,10 no litro do diesel. De acordo com ele, a Petrobras tem a liberdade de determinar os preços dos combustíveis. “A palavra final é minha”, afirmou.
Bolsonaro vinha tentando atenuar o aumento do diesel, para que os caminhoneiros, que supostamente seriam uma das suas bases de apoio, não colocassem em xeque o seu governo. Durante a greve do ano passado, muitos caminhoneiros fizeram campanha pró-Bolsonaro e pediram a intervenção militar. Contudo, neste momento, muito destes caminhoneiros percebem que estão sendo prejudicados e que o governo Bolsonaro não atende os seus interesses e que está do lado das grandes petroleiras internacionais que o colocaram no governo. Dessa maneira, buscam desmascarar o governo e entrar em greve com outros caminhoneiros que não apoiaram Bolsonaro.
Não se pode repetir o mesmo erro que foi cometido na greve do ano passado em que a esquerda não buscou aproximação com este movimento. Os trabalhadores das outras categorias devem aproveitar que os caminheiros estão tomando a dianteira e também devem fazer greve, pois a CUT já disse que tem que ter greve geral contra o desmonte da Previdência. Temos que juntar todos os trabalhadores em uma greve geral para derrubar Bolsonaro e o golpe. Fora Bolsonaro!