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Posse nas Câmaras

Câmaras municipais: como a esquerda fica a reboque da direita

O velho vício das alianças da esquerda com a direita já se colocou em todo o país, tal como um viciado que não consegue se afastar das drogas

Chegado Janeiro, com a posse de vereadores em todas as Câmaras municipais de vereadores pelos 5.570 municípios do país, se inicia a disputa pelas chamadas mesas diretoras das Câmaras de Vereadores que é realizada em sessão extraordinária no dia 1° de janeiro.

Os vereadores “escolhidos” por seus pares para compor a Mesa tomam posse sempre em 1° de janeiro. O mandato é de um ano, e a reeleição é permitida apenas para o mesmo cargo, durante a legislatura.

O presidente da Mesa e os vices direcionam os trabalhos legislativos em Plenário. Os secretários são responsáveis pelos contratos administrativos. Para tamanha importância, que até hoje nunca melhorou a vida do povo, da classe trabalhadora nas milhares de Câmaras Municipais país afora, mas que, com certeza melhoraram sim a vida das burguesias locais e seus empregados leitos para tais câmaras.

Nos grandes municípios a briga pela mesa é ferrenha e em São Paulo, a imprensa golpista já fez questão de assinalar a divergência entre PT e PSOL, que juntos contam com 14 vereadores de um total de 55, 8 do PT e 6 do PSOL.

Nas eleições municipais da capital paulista, depois de muito adular a ala psolista para impedir que a candidatura do PT em São Paulo se desenvolvesse em São Paulo, a burguesia entregou ao PSOL uma bancada com meia dúzia de vereadores, isso porque nestas eleições não há segundo turno, pois caso contrário o destino poderia ser o mesmo de Boulos, depois de servir aos seus interesses, estaria dispensado de prosseguir o serviço, não se elegendo. Aliás mesmo dentro do seu plano de alçar Guilherme Boulos ao novo “expoente” da esquerda nacional a burguesia impôs uma votação bem distante do primeiro colocado: perdeu o segundo turno por mais de 1 milhão de votos.

No caso de Guilherme Boulos, a burguesia já revelou que seus planos não chegaram ao fim, irão até pelo menos 2022, com o objetivo de, em nova extorsão contra a esquerda, rifar a candidatura do ex-presidente Lula.

Já na Câmara Municipal de São Paulo (onde apesar dos dois partidos estarem juntos no segundo turno da eleição para prefeito, com o PT sendo levado a apoiar sua própria hiena, Boulos), no legislativo municipal a velha briga burguesa e pequeno burguesa por cargos, um vício no meio dessa esquerda, conhecida em vários âmbitos de luta como esquerda craqueira (em alusão ao crack) que não consegue ficar longe de um cargo, começou entre os dois partidos e seus candidatos trocaram farpas na disputa da eleição para a presidente da Câmara, vencida pelo fascista Milton Leite (DEM). Enquanto o PSOL escolheu lançar candidatura própria, com Erika Hilton, vereadora trans em primeiro mandato para fazer média e passar a ilusão de partido independente da burguesia, o PT que inicialmente deu a entender que poderia ficar na frente pequeno burguesa com Hilton, no final fez acordo para passar seus oito votos a Milton Leite em troca de uma vaga na Mesa Diretora, que administra a Câmara, controlando, assim, a pauta e a criação de cargos e processos contra vereadores.

Com o acordo, Juliana Cardoso (PT) foi eleita primeira secretária e Milton Leite presidente da mesa diretora.

Tal política implementada pelo PT em São Paulo de apoiar determinado candidato da direita para ganhar cargos até mesmo na Câmara Municipal, leva a política de nunca se tornar independente da direita, vivendo ao seu reboque e perdendo o apoio popular.

Já o PSOL que apoia a mesma política de acordos com a direita (vide Belém, no Pará, onde elegeu o prefeito da cidade, Edimilson Rodrigues, e acabou de fechar acordo com a direita tendo os cargos da mesa diretora de lá loteados entre MDB, na Presidência; PL e Republicanos como vice presidentes, PSB e Podemos, além da representante do PSOL e outro do PT. Tem o prefeito, mas entregaram para a direita a mesa diretora), em São Paulo seguindo sua política alicerçada pela direita, procura falsamente aparecer como o Partido independente da esquerda, numa clara fraude política, como vimos em todo o período eleitoral.

De acordo com o vereador petista, se dirigindo ao PSOL e defendendo a política de aliança com a direita golpista: “Foi uma política de se isolar, de falar para fora do parlamento. Isso você fala um dia, tem repercussão de 24 horas e o ano continua. E você tem um ano para tocar com uma correlação de forças que poderia ser outra”. Que diga-se de passagem, o PSOL nas próximas semanas já estará de volta a essa mesma política na Câmara dos Vereadores, assim como muito bem fez durante as eleições municipais.

A única saída para a esquerda parlamentar, mesmo do ponto de vista das manobras institucionais, seria apresentar um candidato próprio, no caso do maior partido de esquerda na Câmara Municipal, o PT. Não cabe à oposição fazer parte e dar sustentação e nenhuma das alas de direita. Tal política é se colocar a reboque da direita e fortalecer qualquer uma das alas golpistas e assim os ataques contra o povo seja onde for.

Os episódios de São Paulo e Belém no Pará, mostram que não é só na Câmara dos Deputados que é assim, isso é um comportamento típico dos carreiristas parlamentares, onde o interesse da classe trabalhadora é sempre deixado em segundo, terceiro ou em nenhum lugar, para que nas questões centrais prevaleçam os interesses da direita.

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